Locaweb Edição 106

C riado há quase três décadas, o termo VUCA está mais na moda do que nunca. Isso porque o acrônimo de Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade (do inglês Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity) está diretamente associado à imprevisibilidade no gerenciamento dos negócios. Como não poderia deixar de ser, sempre se espera que o líder de uma empresa ou equipe tenha uma capacidade quase inata de se antecipar às mudanças. A questão é que elas ocorrem hoje em uma velocidade absurdamente diferente da de 30 anos atrás, quando o VUCA surgiu. Está claro que a transformação digital em uma empresa começa na cabeça dos líderes. É a mentalidade inovadora, flexível e aberta do gestor que vai guiar os processos e os colaboradores para a nova era. Além de ter resiliência e capacidade de adaptação, características socioemocionais de grande importância, o líder deve ser altamente assertivo na tomada de decisões, visando sempre a melhor solução. Afinal, isso passa segurança aos colaboradores e à organização. Por outro lado, a firmeza na postura provoca uma enorme pressão e pode gerar problemas decorrentes do estresse, como a Síndrome de Burnout, ligada ao esgotamento profissional. Uma pesquisa da International Stress Management Association (ISMA) revela que o Brasil é o segundo país com profissionais mais estressados do mundo. Com 70% da população sendo afetada, ficamos atrás apenas do Japão. Desse montante, 30% sofre com a Síndrome de Burnout. Para que essa adaptação ao novo mundo seja facilitada, existem algumas alternativas que devem ser avaliadas: • Proporcionar conexões: o líder precisa se conectar com o maior número possível de fontes de informação, como seus pares em outras organizações. Essas conexões geram dados preciosos para avaliar caminhos alternativos a partir da comparação e observação dos resultados LÍDERES PRECISAM TER MENTALIDADE ABERTA E VOLTADA PARA INOVAÇÃO E FLEXIBILIDADE PARA GUIAR PROCESSOS NA ERA DIGITAL A assertividade passa segurança aos colaboradores e à organização alcançados. Esse deve ser o principal propósito do networking. Vale a pena ouvir mais do que falar, além de refletir e gerar novos insights para a organização. • Fomentar um ambiente colaborativo: o gestor deve incentivar a criação de grupos de discussões por parte de seus liderados. Ao compartilhar os desafios da transformação, as pessoas são estimuladas a buscar estratégias diferenciadas. Isso trará novas soluções para os desafios do dia a dia e criará um ambiente de engajamento e colaboração. • Adotar metodologias ágeis: a agilidade na organização ajudará a encurtar os ciclos de feedback. Assim, ficará mais fácil se adaptar ao mundo VUCA e focar sempre o resultado. A business agility deve ser fomentada em todos os níveis da organização. A mentalidade ágil tem de ser comum a todos e incentivada pelos líderes. • Compartilhar estratégias e resultados: nem todos os líderes dividem suas conquistas. A estratégia deve ser dividida, assim como as metas. Isso gera engajamento na busca pelo resultado. O uso de metodologias como a OKR pode ajudar na inclusão dos profissionais, empoderando-os na busca por soluções. Esse novo modelo de liderança substituiu o líder tradicional, que tinha de saber tudo, por um gestor mais inclusivo e criativo – e que, na verdade, lidera pelo empoderamento da equipe. Quanto mais o time for preparado para a autogestão e o protagonismo, mais assertivo será o líder – e, consequentemente, a companhia terá melhor resultado. 20 // opinião // revista locaweb CARLOS BAPTISTA ESPECIALISTA EM TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E PROCESSOS ÁGEIS PARA AS EMPRESAS. PROFESSOR E COORDENADOR DO NÚCLEO DE SELEÇÃO DE ALUNOS DO MBA DA FIAP. É EMPRESÁRIO, CONSULTOR DE NEGÓCIOS E MENTOR. carlos-m-baptista

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