Locaweb Edição 112

47 // reportagem / dark kitchen // revista locaweb Prove à vontade Harianne, da Um Teco de Sabor, aponta que garantir processos e tecnologias dentro do setor alimentício é algo que está cada vez mais caro para quem lida com ambientes físicos. Por conta disso, as dark kitchens têm se incorporado ao mesmo movimento que fez muitos escritórios implementarem o home office de forma definitiva. “Diversos restaurantes perceberam que a operação funciona muito bem fora do estilo tradicional, com salão e garçons”, afirma. Assim, a migração para o atendimento exclusivo via delivery deve se tornar cada vez mais comum. É possível, no entanto, fazer o caminho inverso. Trabalhar uma marca digitalmente para entender se ela funciona, antes de abrir um ponto físico, pode ser uma boa ideia. “Se o modelo não se provar viável, é mais simples fazer ajustes, mudar o projeto e até apostar em outro tipo de culinária, antes de atender presencialmente”, destaca Juliana Cicereli, gerente de contas e canais do Delivery Direto. Essa liberdade torna o ambiente da dark kitchen propício não apenas ao sucesso, mas também à possibilidade de fazer alguns testes sem assumir grandes prejuízos. Independentemente do objetivo final, o fato é que as cozinhas com foco no delivery surgiram como uma boa alternativa para que as marcas e restaurantes continuem existindo. “Arrisco dizer que, por um bom tempo, veremos muitos casas fechando as portas e optando por operar exclusivamente no delivery”, diz Alex. Contudo, o sócio- fundador da Papila Deli garante que os conceitos não precisam ser rivais e que ambos vão coexistir – desde que, para isso, se ofereça uma boa experiência gastronômica ao consumidor, onde quer que ele esteja. A revolução das embalagens Houve um momento no qual diversos restaurantes bons, focados em culinária de experiência, resistiram a colocar suas comidas para entrega. Tudo por conta das embalagens usadas até então, que não mantinham a qualidade dos produtos. Isso fez com que o delivery se restringisse, por muitos anos, a pizzas, esfirras e sanduíches – e, por consequência, a caixas de papelão e hamburgueiras de isopor. Tudo mudou quando opções lacradas começaram a surgir no mercado, muitas delas com controle de temperatura, personalizáveis e com respiro para manter a textura dos alimentos. Isso inspirou marcas tradicionais a melhorar o atendimento e apostar no delivery. “Casas de renome entenderam que o cliente não queria ter a mesma experiência do restaurante. O desejo era simplesmente receber comida boa e quente, para ter uma refeição no sofá, se fosse o caso”, destaca Matheus Mason, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) na Região Metropolitana de Campinas. Assim, o avanço no armazenamento e no embrulho dos pedidos foi determinante para aprimorar essa vivência, aumentar o catálogo de opções virtuais para o consumidor e dar fôlego para o crescimento das dark kitchens. Matheus, da Abrasel, explica que as dark kitchens diferem dos restaurantes convencionais nas etapas de finalização e expedição Trabalhar uma marca online para entender se ela funciona, antes de abrir um ponto físico, também pode ser uma boa ideia, de acordo com Juliana, do Delivery Direto

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