Locaweb Edição 113

55 // essencial / design acessível // revista locaweb Criar botões com áreas clicáveis maiores também é uma boa pedida, já que alguns internautas têm dificuldades motoras e de precisão nesse sentido. Outra ferramenta importante é o zoom, bastante usado por quem tem limitações visuais. Nesse ponto, o importante é garantir que, mesmo com a tela ampliada, a página não perca a funcionalidade de seus recursos de navegação e de seus conteúdos. “Para pessoas com autismo, há vários aspectos a serem levados em conta. É importante que o conteúdo esteja bem-organizado e que as páginas sejam previsíveis, consistentes, com instruções claras e linguagem objetiva, sem excesso de conteúdo. Deve-se evitar o uso de elementos que distraiam o usuário (como animações ou sons de fundo), além de jargões, erros ortográficos, metáforas, abreviações e acrônimos”, afirma Cláudia Nascimento. "Já a população com dislexia, por exemplo, se beneficia de textos alinhados à esquerda, de páginas com pouco movimento e de conteúdos alternativos, por exemplo, ao assistir a um vídeo e ler textos com diálogos ao mesmo tempo”, destaca. Estrutura e conteúdo Para Marcelo Sales, designer especialista em acessibilidade, pensar em um visual atrativo e inclusivo não é o bastante para criar uma página acessível. “Se pegarmos o layout de um site, Claudia Facca, do Instituto Mauá, indica as Web Content Accessibility Guidelines, do World Wide Web Consortium, como a maior referência no assunto Segundo o designer Marcelo, o conteúdo e a arquitetura de informação também devem ser alinhados na hora de criar páginas inclusivas A acessibilidade digital melhora, para todos os públicos, a facilidade de uso e compreensão do conteúdo de forma geral, de acordo com Cláudia Nascimento, da Acesso para Todos por exemplo, e tirarmos o CSS, que é responsável pela estilização visual, sobra apenas o conteúdo e a arquitetura de informação”, afirma. “No fim das contas, trata-se de como eu disponibilizo meu conteúdo para as pessoas o acessarem da melhor forma possível e como desejarem”, diz. O profissional recomenda que os designers não façam projetos de sites com textos falsos – a exemplo dos criados com palavras em latim. “Depois, eles vão receber as informações corretas e, provavelmente, terão de fazer adaptações para encaixar tudo. Essa é a forma menos assertiva possível para se trabalhar”, ressalta. Com o conteúdo definido no início do projeto, é possível criar a parte de arquitetura de informação, aplicar questões relacionadas ao design de interação e dar prosseguimento ao desenvolvimento bem- estruturado de um site inclusivo. Além de auxiliar pessoas com necessidades específicas, a acessibilidade digital é uma boa ferramenta para o público em geral, uma vez que facilita o uso e compreensão do conteúdo de forma geral. “Ela dá maior segurança para decidir e realizar ações, além de trazer conforto e satisfação”, diz Cláudia Nascimento. “Há também benefícios para a empresa, como o aumento de público, o valor agregado à marca, as melhorias de performance e de ranqueamento nos sistemas de busca e a redução de custos commanutenção”, finaliza a cofundadora da Acesso para Todos.

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