#136 ANO 17 inteligentes Redes sociais ESPECIALISTAS REVELAM AS PRINCIPAIS DICAS PARA CRIAR ESTRATÉGIAS DIGITAIS MAIS PRODUTIVAS E EFICAZES Mudança sistêmica Locaweb Digital Conference Confira os destaques do evento que reuniu grandes nomes do mercado Gerando Falcões usa tecnologia em prol do desenvolvimento social
//revistalocaweb #136 // Ano 17 (2023) Coordenação Editorial: Arthur Costa e Liliane Oliveira Editora Europa Diretor Executivo: Luiz Siqueira Editores: Marcella Blass, Paulo Basso Jr. e Sérgio Vinícius Editor de Arte: Alexandre Dias (Nani) Redação: Bianca Bellucci e Maria Beatriz Vaccari Revisão: Jaciara Carneiro Publicidade São Paulo: publicidade@europanet.com.br Negócios de Publicidade: Angela Taddeo A Revista Locaweb é uma publicação da Editora Europa Ltda. e do departamento de Marketing Institucional da Locaweb Serviços de Internet. A Editora Europa não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios de terceiros. Estratégia nas redes P or um tempo, as redes sociais foram um espaço focado em entretenimento e conexões estritamente pessoais, conectando as pessoas a familiares, amigos e outros usuários com interesses em comum. Com audiências cada vez maiores, porém, não demorou muito para que essas plataformas se apresentassem como grandes ferramentas de marketing e vendas. Diante desse potencial consolidado, é importante ficar atento para que o brilho nos olhos não ofusque a estratégia – em especial nos pequenos e médios negócios, que costumam trabalhar com orçamentos mais restritos. Sendo assim, quando uma rede social surge do dia para a noite – como aconteceu com o Threads, em julho –, é importante manter os pés no chão e avaliar quais ações já estão em andamento em outras plataformas e de quais maneiras sua empresa pode se beneficiar de uma novidade apresentada ao mercado. Para amparar os empreendedores neste momento de reflexão, a reportagem de capa desta edição da Revista Locaweb traz dicas essenciais para quem deseja ter uma atuação mais inteligente nas redes sociais – dos pontos de vista de presença, constância e gestão. Logo na sequência, você confere o resumo dos destaques do Locaweb Digital Conference, evento de varejo, marketing experiência do cliente e tendências de tecnologia, que ocorreu em agosto. Boa leitura! 4 //ao leitor Raquel Dalastti Diretora na Locaweb raquel-caruso-dalastti
//revistalocaweb 16 22 8
Entrevista Michel Sciama Radar Novidades, números e curiosidades da tecnologia Raio-X Power bank Chrono CRK-100 Opinião Estratégia militar e marketing de produto para fazer seu negócio evoluir Opinião Criatividade como diferencial do seu negócio Matéria de capa Seja inteligente nas redes sociais Reportagem As tendências do Locaweb Digital Conference Inovação Startups nacionais e estrangeiras com ideias disruptivas Top 5 Ferramentas essenciais para redes sociais Multimídia As dicas de empreendedorismo do universo digital Profissionais de internet Prestadores de serviços que podem auxiliar seu negócio Tendências Soluções tecnológicas com potencial de revolucionar o mercado 8 12 16 18 20 22 32 40 44 46 48 50 Para falar com a redação: (11) 3544-0444 Para fazer sua assinatura: (11) 3038-5050 locaweb@europanet.com.br Sumário
entrevista 8 //entrevista //revistalocaweb
9 //entrevista //revistalocaweb Inovação que muda vidas Apopularização de tecnologias como metaverso, inteligência artificial e chatbots tem tido papel importante em projetos sociais do mundo inteiro. Um dos grandes exemplos disso no Brasil é a Gerando Falcões, que utiliza diversos recursos inovadores para divulgar causas importantes, reduzir desigualdades e transformar vidas. “Tecnologia e inovação trazem a escala necessária para alcançar as pessoas em um país de dimensões continentais”, conta Michel Sciama, CMO e CTO da Gerando Falcões. “Nossa missão é acabar com a pobreza nas favelas antes de Marte ser colonizado. Por isso, estamos muito focados em ampliar o Favela 3D, programa que foi criado justamente para nos ajudar a alcançar essa meta”, explica. MICHEL SCIAMA EXPLICA COMO A GERANDO FALCÕES USA TECNOLOGIA PARA TRANSFORMAR O BRASIL MARIA BEATRIZ VACCARI A Falcons University é o braço educacional da Gerando Falcões que visa acelerar talentos com iniciativas inovadoras e tecnológicas
10 //entrevista //revistalocaweb @revistalocaweb O que é o Favela 3D? Com o Favela 3D queremos levar Dignidade, Digitalização e Desenvolvimento para as comunidades. Trabalhamos com uma mandala de impacto, baseada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e do Pacto Global, que contempla: moradia digna; acesso à saúde; direito à educação; cidadania e cultura de paz; primeira infância; meio ambiente; geração de renda; esporte e lazer. O projeto está em andamento em cinco localidades: Favela Marte, em São José do Rio Preto (SP), Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos (SP), Morro da Providência, no Rio de Janeiro (RJ), Vergel do Lago, em Maceió (AL), e Favela Haiti, na Zona Sudeste da capital paulista. Esses locais possuem características e populações diferentes, permitindo que a metodologia aplicada se adeque e se consolide em ambientes distintos. De quais maneiras as novas tecnologias, como o metaverso, têm sido usadas para atingir os objetivos da ONG? Uma das ações feitas pela Gerando Falcões foi a construção do jogo Missão Favela X no metaverso, em parceria com uma grande empresa de tecnologia e inovação. Nele, os jogadores têm a chance de fazer parte de uma tripulação que vai acabar com a pobreza das favelas, enfrentando os desafios diários reais dos moradores das comunidades – como falta de infraestrutura, educação e tecnologia. Qual é a proposta central do jogo? Edu Lyra, fundador e CEO da ONG, acredita que o metaverso social é sobre imaginar e construir, dentro da realidade alternativa, uma alternativa para a realidade. Com o jogo, nosso objetivo é atuar em duas frentes: ampliar a consciência de crianças e adolescentes privilegiados a respeito da luta contra a pobreza e contribuir para o desenvolvimento das crianças menos favorecidas, preparando-as (de certa forma) para alguns dos desafios que elas precisam superar para atingir seus objetivos de vida. O Missão Favela X também é o primeiro game no Brasil desenvolvido para ajudar as favelas. Além disso, é possível acessar vídeos com dicas para navegar na plataforma. De quais outras maneiras a Gerando Falcões explora as tecnologias nas ações internas de organização? O Programa de Empregabilidade, por exemplo, utiliza inteligência artificial e chatbots. Mais recentemente, lançamos também a nossa conta oficial no WhatsApp, com o apoio de parceiros. No geral, a tecnologia facilita a conexão entre os candidatos e as vagas disponíveis para seus respectivos perfis no app do programa, o Conecta Trampo. Os candidatos cadastrados na plataforma de empregabilidade podem iniciar uma conversa pelo WhatsApp para buscar uma vaga ou acompanhar processos seletivos. Além disso, é possível acessar vídeos com dicas para navegar na plataforma. A Gerando Falcões defende que a educação é uma das chaves para transformar o Brasil. Como a ONG se mobiliza nesse aspecto? Temos a Falcons University, que é o braço educacional da Gerando Falcões. O objetivo principal é acelerar talentos com iniciativas inovadoras e tecnológicas, além de melhorar as relações humanas. Hoje, ela ajuda no desenvolvimento de crianças, jovens, educadores e líderes sociais, para que eles ganhem autonomia e fortaleçam o ecossistema que vai gerar a mudança e acabar com a pobreza no país, antes de que Marte seja colonizado. Um exemplo de uma das ações é o programa de capacitação de lideranças sociais, que conta com polos nas cinco regiões do Brasil e, este ano, formará dois mil líderes. Esse projeto, especificamente, tem duração de 6 meses, com aulas presenciais e online de gestão, inovação, uso de dados e finanças, além de desenvolver habilidades socioemocionais e competências de empreendedorismo social. Como as pessoas podem contribuir para a Gerando Falcões? Qualquer um pode ser voluntário. Maiores detalhes sobre como fazer parte podem ser consultados por meio do "Bot de Voluntariado", um chatbot disponível no número (11) 95086-2122.
//revistalocaweb 11 //entrevista Uma das ações feitas pela Gerando Falcões foi a construção do jogo Missão Favela X, no metaverso
12 //radar //revistalocaweb @revistalocaweb radar NOVIDADES, NÚMEROS E CURIOSIDADES DA TECNOLOGIA Spotify e Instagram se uniram para trazer os Reels Charts para Brasil e México e, assim, revelar as 50 músicas mais populares do Instagram Reels. A playlist pode ser acessada em http:// lwgo.to/1qf. O conteúdo é atualizado semanalmente. O Reels Charts leva em consideração diferentes variáveis para montar a lista, como faixas mais utilizadas nas criações dos conteúdos, canções com maior crescimento de visualizações, nível de engajamento, consumo geral, entre outras. Trata-se de uma ferramenta criada para que fãs e empresas acompanhem e aproveitem as trends do momento. Isso também tem sido importante para os artistas que buscam alcançar uma base de ouvintes mais ampla. É válido destacar que a novidade não é aleatória. Brasil e México estão entre os consumidores de música mais fervorosos, de acordo com o relatório da International Federation of the Phonographic Industry (IFPI). PLAYLIST DO SPOTIFY REVELA AS 50 FAIXAS MAIS POPULARES DO INSTAGRAM REELS; CONTEÚDO É ATUALIZADO SEMANALMENTE Músicas do momento
13 //radar //revistalocaweb Tecnologia em Números! Inovação nas empresas Uma das maiores dúvidas das empresas que iniciam a jornada de inovação é sobre qual é seu grau de maturidade na área. Para ajudá-las, a PALAS, consultoria pioneira na ISO de Inovação no Brasil, e o CRIARE, software de governança de inovação, lançaram um diagnóstico gratuito sobre o tema. De maneira geral, ele visa identificar se as companhias estão em sintonia com as melhores práticas no mundo. A partir disso, o empreendedor pode compreender melhor as ações que deve adotar, considerando os objetivos desejados em inovação. Saiba mais em http://lwgo.to/1qc. R$ 139,2 milhões deixaram de ser repassados para fake news em três anos. Quantia foi evitada pelo Sleeping Giants Brasil, movimento que denuncia anúncios em sites que disseminam mentiras e discursos de ódio. 2º lugar é a posição que o Brasil ocupa entre os países mais caros para comprar um produto da Apple. O estudo da CashNetUSA aponta que a nação verde e amarela perde apenas para a Argentina. 39% do tempo gasto com tarefas domésticas pode ser assumido por novas tecnologias de automatização na próxima década. A previsão foi publicada na revista científica norte-americana "PLOS ONE". Ir a Marte é caro demais. Você pode comprar vacinas contra o sarampo e salvar vidas por US$ 1 mil'' Bill Gates, bilionário norte-americano e criador da Microsoft. Shutterstock.com
14 //radar //revistalocaweb @revistalocaweb Os servidores são a espinha dorsal de toda a infraestrutura de TI. Isso porque são responsáveis por armazenar e processar dados, além de executar as solicitações dos usuários. Normalmente, são equipados com bancos de memória, portas de comunicação, softwares e outros recursos. Por isso, é essencial que funcionem corretamente – e o tempo todo. O serviço batizado de monitoramento de servidores tem, justamente, a proposta de observar as principais métricas de integridade, disponibilidade, desempenho, segurança e processos gerais desses softwares. “De maneira instantânea, ele rastreia e notifica sobre inatividades e possíveis falhas, colaborando para a alta performance dos servidores”, explica Yngrid Sousa, product owner na Locaweb. De olho nessa necessidade, a Locaweb – em uma parceria internacional com a WebPros – passa a contar com tal produto em seu portfólio. “Percebemos uma demanda latente em oferecer um serviço de monitoramento de servidores que colaborasse para que EM PARCERIA INTERNACIONAL COM A WEBPROS, NOVO PRODUTO CHEGA AO PORTFÓLIO DA LOCAWEB Monitoramento de servidores nossos usuários tivessem entendimento completo de suas aplicações, por meio de métricas e dados relevantes para suas atividades”, afirma Raquel Fabris, product manager na Locaweb. Além disso, a oportunidade de ampliar o portfólio de produtos garante a one-stop shop entregar soluções ainda mais completas e robustas aos clientes. O produto A nova solução da Locaweb entrega monitoramento abrangente por meio de um painel simples e intuitivo. Os dashboards configuráveis permitem aos usuários rastrear seus servidores e sites de qualquer lugar e em uma única tela. É possível ainda observar as métricas de integridade, disponibilidade, desempenho, segurança e processos gerais de servidores físicos e virtuais na infraestrutura de TI, por meio de alertas para identificação de falhas. Raquel Fabris, product manager na Locaweb, lembra que o produto nasceu de uma demanda latente por um serviço de monitoramento de servidores CONFIRA A PÁGINA DO PRODUTO NO SITE DA LOCAWEB
15 //radar //revistalocaweb “Nossos clientes terão maior autonomia e gestão sobre sua aplicação, além da otimização de processos e desempenho”, comenta Raquel. O serviço é compatível com os sistemas operacionais Linux e Windows. Ele conta também com plugins predefinidos e possibilita integrações com ferramentas e APIs, permitindo a configuração de alertas para prevenção e fácil identificação de erros. “Os perfis de usuário do produto tendem a ser profissionais provedores de infraestrutura e TI, pessoas que trabalham em agências, e hosters no geral. Isso porque eles entenderão que adquirir o produto facilitará o dia a dia do gerenciamento de seus servidores”, pontua Rafaela Dutra, analista de marketing de produto na Locaweb. Como contratar O monitoramento de servidores Locaweb está disponível no mercado desde julho. Atualmente, o produto é vendido em três planos: Unitário (R$ 24,90/mês), Pacote 5 (R$ 99,50/mês) e Pacote 10 (R$ 199,90/mês). “Estamos otimistas em que o produto será especialmente requisitado pelos clientes de Servidores VPS. Acreditamos no grande potencial de crossselling, além de mirar em usuários que não possuem servidores internos na Locaweb. O produto vem para compor o portfólio da empresa, oferecendo mais um serviço de alta performance para os empreendedores”, conclui Rafaela. Yngrid Sousa, product owner na Locaweb, explica que o serviço rastreia e notifica inatividades e possíveis falhas Rafaela Dutra, analista de marketing de produto na Locaweb, conta que o serviço é uma excelente opção para profissionais provedores de infraestrutura
16 //raio-x //revistalocaweb @revistalocaweb APESAR DO BOM DESEMPENHO NO CARREGAMENTO, É PESADO E GRANDE PARA SER TRANSPORTADO COM PRATICIDADE NO DIA A DIA BIANCA BELLUCCI Power bank Chrono CRK-100 da Lity tem capacidade de 10.000 mAh Amarca Lity desembarcou no Brasil em abril deste ano, sendo distribuída pela Solutions 2 GO. Apesar de ter foco voltado para fones de ouvido, comercializa também carregadores e cabos de celular no país. Um dos destaques entre esses produtos é o power bank Chrono CRK-100, que tem capacidade de 10.000 mAh e promete oferecer até quatro cargas – a depender do tamanho da bateria do aparelho conectado. Nos testes da Revista Locaweb, o produto foi usado para abastecer um Moto G9 Plus. O smartphone da Motorola tem bateria de 5.000 mAh. O processo abocanhou 65% do armazenamento Gadgets DISPOSITIVOS QUE PODEM AJUDAR NA SUA VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL Chrono CRK-100 tem visor digital que mostra o status da bateria disponível
17 //raio-x //revistalocaweb para entregar a carga completa e levou cerca de 5 horas para ser concluído. Isso significa que o Chrono CRK-100 é capaz de oferecer apenas uma carga e meia para tal celular. No geral, o desempenho de carregamento está dentro do esperado para um power bank. Na hora de recarregar o Chrono CRK-100, por sua vez, o procedimento decepciona. São necessárias 8 horas para chegar aos 100%. E o cabo fornecido no kit é muito pequeno: apenas 30 cm. O plugue de tomada não acompanha o pacote. O produto da Lity pode oferecer carregamento simultâneo para dois aparelhos – já que estão disponíveis quatro entradas: duas USB-A, uma microUSB e uma USB-C. No topo do dispositivo, está o botão liga/desliga, que também é responsável por acender a pequena tela que indica a porcentagem de bateria disponível no carregador. É importante destacar que o Chrono CRK-100 é pesado (254 gramas) e grande (14,4 cm de altura), o que pode incomodar quando transportado em bolsos de calças ou jaquetas. Está disponível nas prateleiras apenas na cor preta e tem preço sugerido de R$ 179,90, além de garantia de 18 meses. VEREDITO EMBORA NÃO SEJA UMA MARCA MUITO CONHECIDA NO MERCADO BRASILEIRO, A LITY OFERECE UM CARREGADOR PORTÁTIL BASTANTE CUMPRIDOR E QUE NÃO DEIXA A DESEJAR QUANDO COMPARADO A CONCORRENTES MAIS POPULARES. É O CASO DO POWER BANK REDMI 10000MAH, DA XIAOMI. O MODELO DA CHINESA TEM A MESMA QUANTIDADE DE PORTAS (QUATRO), ALÉM DE CONTAR COM TAMANHO (15 CM DE ALTURA) E PREÇO (R$ 169,99) SIMILARES AOS DO CHRONO CRK-100. SENDO ASSIM, EMPREENDEDORES QUE BUSCAM UM POWER BANK PODEM DAR UMA CHANCE. RAIO-X CHRONO CRK-100 CAPACIDADE: 10.000 MAH PORTAS: DUAS USB-A + UMA MICROUSB + UMA USB-C DIMENSÕES (L X A X P EM CM): 7,0 X 14,4 X 1,4 PESO: 254 GRAMAS GARANTIA: 18 MESES PREÇO SUGERIDO: R$ 179,90 SITE OFICIAL: http://lwgo.to/1qg Produto tem quatro entradas, sendo duas USB-A, uma microUSB e uma USB-C
18 //opinião //revistalocaweb @revistalocaweb Écomo se empreender e realizar fossem a mesma coisa, pois empreendedores são realizadores. Vale destacar que essa capacidade não necessariamente é herdada da família, pois qualquer pessoa pode ser impactada pelo chamado “bichinho do empreendedorismo”. Na infinidade de possibilidades que o mundo oferece, possivelmente você já pensou em qual será seu próximo negócio. E não seria surpresa se na hora em que colocou a ideia no papel – ou na planilha – você sentiu uma sensação não só de confiança, mas também de dúvida. A escolha dos fornecedores, o início da operação, as primeiras vendas, o crescimento. Todas essas fases têm algo em comum: os obstáculos. Óbices, na estratégia militar. Perrengues, na coloquialidade. Adaptando o conceito do Exército Brasileiro para o mundo do empreendedorismo – com muita liberdade –, teríamos como definição de estratégia: a arte de planejar e empregar recursos de maneira eficaz, superando desafios diversos, a fim de atingir os objetivos estabelecidos pela visão e missão da empresa. Se lá a estratégia é subordinada a uma política abrangente, aqui deve ser alinhada à visão e missão da empresa. Note que, enquanto visão e missão definem o que fazer, a estratégia delineia como fazer. A partir daí, para montar a estratégia certa para a evolução do seu negócio, vamos nos aliar ao poderoso marketing de produtos. Está planejando um lançamento? O primeiro passo é a construção do Go-ToMarket (GTM). Isso envolve identificar com precisão o público-alvo, compreender profundamente suas necessidades e preferências, além de conceber mensagens claras e persuasivas. O GMT guiará o lançamento e o posicionamento do produto no mercado, assegurando que ele atinja as audiências certas, de maneira precisa e envolvente. Já tem alguns clientes? Os estudos de caso, normalmente chamados de cases, desempenham um papel crucial no processo de persuasão. Eles fornecem evidências concretas do impacto positivo que seu produto gera. Os cases inspiram confiança e motivam aqueles que estão conhecendo seu negócio a se tornar novos clientes. Buscando parceiros para revenda? Aprofunde suas pesquisas sobre Sales Enablement. Com materiais de vendas bem-elaborados, informações detalhadas sobre os produtos e treinamento adequado, seus parceiros estarão melhor equipados para comunicar o valor do produto aos clientes e superar as objeções. Boas conquistas! Estratégia militar e marketing de produto para evoluir em seu negócio BRUNO LEVEAU ANALISTA DE MARKETING DE PRODUTO /brunoleveau
20 //opinião //revistalocaweb @revistalocaweb Em um cenário competitivo, a criatividade e a inovação podem ser determinantes para que seu negócio se destaque e cresça no mercado. De forma geral, criatividade é a habilidade de conceber e criar algo novo, fora do convencional. Já a inovação tem a ver com ação, isto é, tirar as boas ideias do papel e colocá-las em prática. Nesse contexto, a criatividade antecede a inovação e, ao contrário do que muitos pensam, não é um dom. Trata-se de uma habilidade que pode e deve ser desenvolvida. Então, aqui vão alguns exercícios que podem te ajudar a estimular seu lado criativo e inovação no seu negócio: Ideias livres: anote todas as ideias que venham à mente, sem censura. Nesta etapa não existe o certo ou o errado; apenas deixe a mente fluir, sem se preocupar com qualidade. Olhar para o problema: tente reformular os desafios que estiver enfrentando. Vire-os de ponta-cabeça e olhe de fora. Isso vai ajudar a enxergá-los sob novas perspectivas e a encontrar soluções alternativas. Ter empatia: estude o seu público entendendo quem ele é, o que pensa e o que sente. Observar e se colocar no lugar do outro vai permitir enxergar seu negócio como o consumidor faria. Lembre-se de que o negócio é seu, mas o produto ou serviço é para o seu cliente. Explorar conteúdos: leia livros, artigos e blogs e assista a vídeos com tópicos variados. Uma dica, caso não tenha muito tempo, é investir em podcasts diversos. Explorar diferentes campos e perspectivas vai inspirar novas ideias e insights. Questionar constantemente: questione suposições, processos e "o porquê" das coisas. Esse hábito instiga a busca por alternativas e abre espaço para novas abordagens. Não ter medo de falhar: aceite o fracasso como oportunidade de aprendizado e ajuste. Frequentemente, as boas ideias nascem de tentativas e erros, e cada falha traz uma experiência valiosa para o seu próximo passo ou projeto. Tenha em mente que a criatividade é um ponto de partida. Para o seu negócio se destacar, é fundamental que ela leve à inovação. Com criatividade você alcança ideias brilhantes, mas é na inovação que essas ideias ganham vida. Então, não basta ser criativo, é necessário dar os próximos passos: desenvolver, aprimorar e concretizar. Ao desenvolver sua criatividade, abraçar a diversidade e explorar várias perspectivas, você torna possível escrever uma história de sucesso no cenário dinâmico das pequenas e médias empresas. Afinal, a criatividade não é uma opção, mas um trunfo valioso que pode moldar o futuro do seu negócio. Criatividade como um diferencial do seu negócio CARLOS BARRIONUEVO ANALISTA DE MARKETING NA LOCAWEB /carlos-barrionuevo
Receba em casa 12 edições inéditas por um ano. Assine a revista Locaweb e saiba como. *Preços válidos até 30 de setembro de 2023. Sujeito à disponibilidade de estoque. Fretes não inclusos. Reservamos o direito de corrigir eventuais erros de divulgação nesta edição. Parcelamento em 12x no cartão de crédito. Empreenda e ganhe dinheiro no mundo digital. conheça e aprenda com as lições de mestres. ou 12x R$ 15, 10 ou 10x R$ 17, 94 por R$ 180, 20 por R$ 179, 40 (11) 3038-5050 (11) 95186-4134 www.europanet.com.br •Preto & Branco •Uso da Cor •Segredos do Foco •Como Usar o Drone •Domine a Exposição •Paisagem Noturna São seis volumes que reúnem as melhores matérias publicadas pela revista Fotografe sobre os assuntos abordados com muitas dicas de fotógrafos renomados.
22 //capa / seja inteligente nas redes sociais //revistalocaweb @revistalocaweb Quando o tema é redes sociais, as primeiras imagens que vêm à cabeça podem ser nomes como Instagram, TikTok e Facebook. Pouca gente sabe, porém, que uma das primeiras plataformas nesse molde foi a Classemates.com, lançada em 1995 para facilitar a conexão entre excolegas de escola e universidade. Na primeira década dos anos 2000, MySpace, Fotolog, Orkut e Twitter conquistaram e marcaram uma geração para sempre. Ainda nessa época, o Facebook surgiu e se tornou a rede social com o maior número de utilizadores do mundo. Foi só mais tarde, a partir do final da década, que febres como WhatsApp, Instagram, Snapchat e TikTok escreveram sua história. O ponto-chave aqui é o fato de que novas plataformas sociais despontam a todo momento, despertando curiosidade e tornando-se fenômenos a uma velocidade impressionante. Sem dúvida, o exemplo mais recente é o Threads – rede social da Meta que nasceu para concorrer diretamente com o Twitter (agora, X) –, que alcançou 10 milhões de usuários registrados em apenas sete horas. ESPECIALISTAS EXPLICAM A IMPORTÂNCIA DE CRIAR ESTRATÉGIAS E IR ALÉM DO HYPE EM SUA PRESENÇA DIGITAL MARCELLA BLASS Seja inteligente nas redes sociais
23 //capa / seja inteligente nas redes sociais //revistalocaweb
24 //capa / seja inteligente nas redes sociais //revistalocaweb @revistalocaweb dos Prazeres, cofundador do TechDrop e da Owned Lab, destaca que cada vez mais as interações acontecem no ambiente digital, mas geram sensações e trocas valiosas de valor no mundo físico. “Não ter presença em redes sociais é como ignorar pelo menos duas das dimensões de como a sociedade moderna vive. No entanto, estar lá com o único objetivo de expor produtos e serviços, como um canal de venda, não é o suficiente.” Diante de um cenário extremamente diversificado e dinâmico, é fundamental que as empresas não apenas marquem presença, mas também o façam de maneira inteligente. Afinal, nem tudo o que brilha é ouro, e criar um perfil só pelo hype pode trazer diversos riscos para o seu negócio. Esteja lá O primeiro passo de qualquer venda é atrair o consumidor. Não é à toa que, por muito tempo, o foco da publicidade esteve em veículos como TV, rádio e jornal, pois era onde ele consumia conteúdo na maior parte do tempo. Há alguns anos, no entanto, essa atenção voltou-se para as redes sociais, movimentando as marcas – e as possibilidades de gerar negócios – para outros canais. Os brasileiros, em especial, são muito adeptos das redes socias. De acordo com o relatório “Digital 2023: Brazil”, da DataReportal, o país tem mais de 152,4 milhões de usuários, que correspondem a cerca de 70% da população – sendo que encontrar produtos para comprar é o terceiro maior motivo para que eles acessem essas plataformas. “Esses dados mostram como o público está nesse meio e constrói um relacionamento com as marcas não apenas no ponto de compra, mas também no dia a dia”, conta Isabella Ferreira, especialista em comunicação digital. Em estágio de maturidade, a transformação digital afetou as dimensões do espaço-tempo. Luiz Felipe Com a consolidação dessas plataformas, o verdadeiro desafio para as marcas não é a presença, mas sim o relacionamento. “Atualmente, já é bastante claro que simplesmente fazer publicações é quase inútil se não houver engajamento e envolvimento do público”, afirma Juliano Kimura, fundador e CEO da Trianons, empresa especializada em soluções de comunicação em mídias sociais e inovação digital. Não ter presença nas redes sociais é como ignorar pelo menos duas das dimensões de como a sociedade moderna vive '' Luiz Felipe dos Prazeres, cofundador do TechDrop e da Owned Lab
25 //capa / seja inteligente nas redes sociais //revistalocaweb De olho no orçamento “É imprescindível que os empreendedores compreendam que a criação de conteúdo para as redes sociais, bem como a manutenção de interações com o público-alvo e a definição de estratégias, constituem um investimento significativo”, afirma Henrique Pereira, doutor em comunicação e coordenador dos cursos da área no Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP). Dessa maneira, estar presente em diversas redes sociais implica maior alocação de tempo e recursos financeiros. O especialista destaca também que certos tipos de conteúdo podem demandar recursos mais onerosos em sua produção. Sendo assim, é importante que o empreendedor avalie se possui os meios e a estrutura adequados para manter a criação de conteúdo consistente em todas as redes em que se proponha a estar. “Outro aspecto crucial é compreender que as estratégias de comunicação exigem tempo para gerar resultados concretos. A paciência e a capacidade de adaptação são fundamentais para obter êxito na utilização das redes sociais como plataforma de comunicação e marketing”, frisa. Conheça as opções Independentemente de serem novas ou consagradas, as redes sociais exigem que os empreendedores conheçam muito bem suas particularidades antes de embarcar – pelo menos se o objetivo for alcançar bons resultados. “O público presente nessas plataformas é diversificado e heterogêneo, e cada uma delas abriga uma audiência distinta, que interage de maneiras específicas e que podem sofrer variações ao longo do tempo”, explica Henrique Pereira, doutor em comunicação e coordenador dos cursos na área do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP). O TikTok, por exemplo, tem um público mais jovem, apesar de apresentar penetração relevante nas outras faixas etárias. “É uma plataforma dinâmica e que exige conteúdo feito especificamente para essa rede”, destaca Isabella. Um dado interessante sobre ela é que, de acordo com Opinion Box, 52% das pessoas gostariam que as marcas que elas consomem utilizassem mais o TikTok. O Instagram, por sua vez, tem status e espaços publicitários mais consolidados. Maria Carolina Avis, professora dos cursos de marketing do Centro Universitário Internacional UNINTER, lembra que a plataforma é composta de quatro tipos de algoritmos de relevância de conteúdo: Feed, Stories, Reels e Explorar. Segundo ela, com base nisso, é importante focar conteúdos Especialista em comunicação digital, Isabella explica que algumas redes sociais exigem a criação de conteúdos em formatos específicos
26 //capa / seja inteligente nas redes sociais //revistalocaweb @revistalocaweb que realmente permitam à empresa atingir seus objetivos de marketing – indo além do publicar só para manter a atividade. O YouTube também tem sido muito usado pelas empresas para compartilhar material informativo em formato de vídeos longos – além de transmissões ao vivo de grandes proporções. A grande sacada aqui é que o conteúdo dura por anos, pois não depende do feed para aparecer, mas sim das buscas feitas pelos próprios usuários. “Sem falar que tem prioridade no ranking de resultados do Google, por ser um produto da empresa”, lembra a professora do UNINTER. Assunto em alta nos últimos meses, o Twitter – ou X, como foi rebatizado – é um microblog, focado em textos curtos sobre os assuntos do momento. De acordo com a Statista, especializada em coleta e visualização de dados de mercado, consumidores e empresas, a maior parte dos usuários (38,5%) do Twitter tem entre 25 e 34 anos, seguida pela faixa etária de 35 a 46 anos (20,7%). Para Rafael Terra, jornalista especializado em marketing digital e fundador da primeira agência de social media e marketing de conteúdo do Rio Grande do Sul, a rede social ainda tem o trunfo de ser a única com busca em tempo real. “Isso significa que ela efetivamente mostra o que as pessoas estão falando e procurando naquele momento – sendo uma boa plataforma para as marcas que desejem entrar em conversas em tempo real, especialmente para atendimento.” Apesar de ser um mensageiro, a popularidade do WhatsApp fez com que ele passasse a ser considerado uma rede social. Segundo a pesquisa “WhatsApp no Brasil”, realizada pela Opinion Box, 79% dos entrevistados afirmaram usar o app para se comunicar com empresas – sendo 77% das vezes com a finalidade de tirar dúvidas e pedir informações, enquanto 59% dos contatos têm objetivo de comprar produtos e serviços. Outras plataformas com focos mais específicos também ganharam seu espaço. O LinkedIn, por exemplo, é a maior rede social profissional que existe, mas ela vai muito além do networking. Nos últimos anos, mostrou seu potencial para ajudar empresas a ganhar autoridade no mercado, funcionando como uma vitrine digital do negócio. O Twitter é uma boa plataforma para as marcas que desejem entrar nas conversas em tempo real '' Rafael Terra, jornalista especializado em marketing digital
27 //capa / seja inteligente nas redes sociais //revistalocaweb e dinâmicas diferentes. Isso significa que não adianta desenvolver um trabalho para uma determinada rede social e apenas replicar o mesmo nas demais. “É preciso adaptar artes, textos, abordagens, interações, entre outros elementos. Atuar sem uma estratégia e um objetivo definidos dificulta atingir bons resultados, pois o empreendedor pode deixar de aplicar as táticas adequadas e até mesmo realizar ações que prejudiquem o trabalho em vez de ajudar”, diz Arthur Costa, coordenador de marketing na Locaweb. Quem é a sua persona? De maneira simplificada, a persona é uma representação semifictícia da pessoa que uma empresa tem interesse em atingir. É importante não confundi-la com o públicoalvo, que também tem seu valor, mas está limitado a definições mais genéricas – como nível de escolaridade e classe socioeconômica. “A persona expande esse detalhamento para questões comportamentais, dores e desejos (pessoais e de consumo) do chamado ‘consumidor ideal’”, explica Caio Bianchi, diretor acadêmico de educação continuada na ESPM e doutor em inovação internacional. De acordo com Caio, esses personagens se tornaram importantes à medida que as marcas sentiram necessidade de construir relações emocionais – em vez de utilitárias e funcionais – com Já o Pinterest foca o compartilhamento de fotos e funciona como um grande quadro de inspirações. De acordo com a própria rede social, 85% dos utilizadores a buscam para iniciar um novo projeto, enquanto 80% dos usuários descobriram uma marca ou um produto novo navegando pelo site. Isso significa que a plataforma dá a oportunidade de atingir as personas nos primeiros passos da jornada de compra. "Por fim, no Facebook existem dois tipos de pessoas: as que falam que a rede social morreu e as que continuam a vender por lá", brinca Maria Carolina. Segundo ela, trata-se de uma plataforma cheia de funções, com resultados excelentes em mídia paga e alto engajamento nos grupos – favorecendo a interação e o estabelecimento de novos contatos entre pessoas com interesses mútuos. Diante de todos esses pontos, o fato é que cada rede social tem funcionamento Caio, da ESPM, afirma que a construção da persona da empresa pode ser o que falta para uma estratégia mais assertiva nas redes sociais
28 //capa / seja inteligente nas redes sociais //revistalocaweb @revistalocaweb Porém, atenção! Fundador e CEO da Trianons, empresa especializada em soluções de comunicação em mídias sociais e inovação digital, Juliano Kimura destaca que o empreendedor não deve simplesmente rotular cada rede social como “a melhor” para cada tipo de público. Segundo o especialista, a questão envolve muito mais linguagem, conteúdo e diálogo do que o status da plataforma em si. Juliano toma o TikTok como amostra e lembra que o app começou como um canal puramente para entretenimento. Hoje, no entanto, já possui diversos cases de sucesso de conteúdos profissionais e corporativos. É fato que cada plataforma tem suas peculiaridades, mas pode ser bastante arriscado simplificá-las dessa maneira. Quando assume que o TikTok é uma "plataforma de dancinhas", por exemplo, o empreendedor pode estar ignorando outros gestores que descobriram maneiras superprodutivas e rentáveis de utilizar a rede social. seus clientes. “Ao conhecer os medos e os desejos da persona, a empresa é capaz de desenvolver relações emocionais que geram não apenas mais vendas, mas também engajamento e fidelização à marca”, explica. Lembra-se do públicoalvo? Ter certeza de qual é o seu será primordial para criar a persona da sua empresa. “Inicie um processo de investigação com os consumidores para humanizar seu público-alvo, a partir de perguntas como ‘o que influencia sua decisão?’, ‘quais tipos de mídia você acessa diariamente?’, ‘qual é seu projeto de vida?’”, explica o especialista. O entendimento dos hábitos de consumo também é elemento-chave na construção desse personagem. Ao longo desse estudo, o empreendedor será munido de todo tipo de informação, inclusive sobre comportamento nas redes sociais. Com isso em mãos, fica muito mais fácil nortear as estratégias digitais – sejam de presença, sejam de interação. Conhecer esse personagem também otimiza a tomada de decisões a respeito da relevância de novas redes sociais para o negócio. “O empreendedor deve cruzar o perfil do usuário de determinada plataforma com o da sua persona para chegar à conclusão sobre se vale a pena ou não investir na novidade em questão”, recomenda o diretor acadêmico de educação continuada na ESPM e doutor em inovação internacional. Palestrante do assunto, Juliano recomenda que pequenos e médios negócios afastados dos grandes centros foquem grupo e comunidades locais
29 //capa / seja inteligente nas redes sociais //revistalocaweb Para alcançar bons resultados, também é importante ser astuto e realista. “Uma empresa de um pequeno município afastado da capital deve focar grupos e comunidades fortes na região, em vez de buscar alcance irrestrito a nível nacional, por exemplo”, conta Juliano. Segundo ele, ouvir os clientes mais próximos e com maior afinidade regional é uma excelente forma de se conectar com o público. Além de cada rede social ter suas peculiaridades, Maria Carolina lembra que o comportamento do próprio usuário muda de uma plataforma para outra. “Com a troca de tela, em fração de segundos, a mesma pessoa pode apresentar uma grande mudança em seu comportamento online – tanto em consumo quanto em produção de conteúdo”, destaca a profissional. Esse ponto torna imprescindível que o empreendedor avalie a demanda que a gestão de uma nova mídia social vai gerar e se está preparado para isso. “Pergunte-se sobre quem vai realizar tarefas como planejamento, criação, interação com seguidores, análise de métricas e desenvolvimento de artes e textos interativos. É importante mapear todo esse cenário e garantir que conseguirá atender a todas as demandas”, explica Arthur. De acordo com ele, se a empresa não tiver essas condições – por conta própria ou com apoio de colaboradores ou terceirizados –, talvez seja melhor não estar presente. Sendo assim, o processo de avaliação a respeito de embarcar em mais uma rede social começa com o entendimento de como a sua tribo (ou comunidade) se comporta nela. “Até porque trata-se de um trabalho que vai muito além da presença. Precisa ser um exercício de posicionamento, de entendimento de comportamentos e, consequentemente, de inovação em produtos e serviços”, aponta Luiz Felipe. Encontre um norte Independentemente da transformação digital, Luiz Felipe lembra um fenômeno que data dos primórdios da humanidade: as pessoas procuram seus semelhantes, se conectam e formam tribos. “Cada tribo se comporta de uma maneira, e os comportamentos são interações fragmentadas. Essa não linearidade deixa muito mais complexa a vida de quem quer construir marca e negócios”, explica. Uma mídia social nova pode estar mais exposta a sofrer mudanças significativas, pois está tentando conquistar seu espaço '' Arthur Costa, coordenador de marketing na Locaweb
30 //capa / seja inteligente nas redes sociais //revistalocaweb @revistalocaweb A professora dos cursos de marketing do Centro Universitário Internacional UNINTER corrobora a recomendação e garante que é melhor dar um só tiro certeiro do que atirar para todos os lados. “Se sua empresa não tem braço operacional para lidar com muitas plataformas, é preferível ter presença em uma única rede do que estar em todas e não conseguir ter estratégia nenhuma”, completa. Vale o hype? Sendo a constância um dos pontos primordiais de qualquer estratégia em rede social, de nada adianta atuar nos primeiros dias de atividade de uma rede social e depois não dar conta de manter a interação. Maria Carolina ressalta que, dependendo do ramo da empresa, é necessário monitorar tudo o que há de novidade nesse sentido, mas se a motivação for somente “porque está todo mundo lá”, vale a pena pensar duas vezes. O recente lançamento do Threads levou anônimos, famosos e diversas marcas a criar mais um perfil online. No entanto, muitas dessas empresas foram estimuladas pelo hype, esquecendo-se de que investir “no que está na moda” vai consumir tempo e recursos financeiros que podem ser limitados. “Nesse contexto, mobilizar esforços de comunicação sem compreender claramente dimensão, alcance e potencial de uma nova rede social pode levar a inconsistências e desviar a atenção de estratégias já estabelecidas”, alerta Henrique. Outro ponto perigoso é gerar uma demanda de atendimento à qual sua empresa não será capaz de dedicar atenção. Sendo assim, a recomendação geral é que as PMEs adotem uma abordagem cautelosa nessa tomada de decisão. “É essencial conduzir uma análise minuciosa da nova plataforma, identificando quais ferramentas e possibilidades podem, Com a troca de tela, em fração de segundos, a mesma pessoa pode apresentar uma grande mudança em seu comportamento online '' Maria Carolina Avis, professora dos cursos de marketing no UNINTER
31 //capa / seja inteligente nas redes sociais //revistalocaweb Resumo do trabalho “Quando o assunto é gestão de mídias sociais, não existe receita de bolo. Se alguém disser que tem, desconfie”, afirma Isabella Ferreira, especialista em comunicação digital. Ela destaca que o investimento em anúncios é excelente para ter resultados a curto prazo – isto é, vendas para hoje. “Mas a audiência própria do conteúdo orgânico é o que garante vendas saudáveis e menos custosas amanhã. E como não tem fórmula pronta, o segredo é testar, olhar as métricas e replicar o que funciona.” Para os empreendedores que não sabem por onde começar, Henrique Pereira, doutor em comunicação e coordenador dos cursos na área do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP), explica que há três áreas fundamentais no gerenciamento efetivo das redes sociais. A primeira delas é a elaboração de uma estratégia sólida, etapa primordial para garantir o direcionamento adequado das ações de comunicação nas plataformas digitais. “A segunda concentra-se na execução dos conteúdos, envolvendo a produção de artes, imagens, vídeos e textos conforme o cronograma estabelecido pela estratégia. A eficiência dessa etapa é importante para assegurar qualidade, consistência e alinhamento das mensagens transmitidas”, explica Henrique. A terceira é responsável pela manutenção dos conteúdos e pela interação proativa com os usuários nas redes sociais. Além disso, segundo o especialista, a etapa desempenha papel essencial na avaliação dos resultados alcançados, fornecendo às demais áreas feedbacks relevantes para o aprimoramento contínuo das estratégias e da execução. efetivamente, agregar valor às estratégias de comunicação que já são feitas”, indica o especialista da CEUNSP. Mais do que isso, mostra-se fundamental estabelecer metas precisas e mensuráveis para avaliar o retorno sobre o investimento (ROI) – de dinheiro e tempo. “Uma mídia social nova também pode estar mais exposta a sofrer mudanças significativas, até porque está tentando conquistar seu espaço no mercado”, destaca Arthur. Com isso, lembra que é necessário levar em consideração que, no início, ela pode ganhar tração rapidamente, mas depois tende perder usuários ativos: “Fato que pode impedir que o empreendedor rentabilize o esforço necessário para adotá-la.” Já um risco menos palpável, mas igualmente custoso, é que a ansiedade e o imediatismo de entrar em uma nova rede social faça com que a empresa perca sua identidade. Rafael explica que, no longo prazo, a discrepância no atendimento entre as plataformas pode causar grande desconforto no consumidor. “A marca é uma só e deve ter linguagem única em todos os canais.” Apesar da empolgação, é preciso respirar fundo e agir com a cabeça. Redes como Clubhouse e BeReal chegaram com tudo, mas logo foram ofuscadas. O futuro do Threads – e de qualquer outra nova rede social – ainda é muito incerto, porém, o da sua empresa não precisa ser. Henrique, do CEUNSP, lembra que o público na internet é diversificado e heterogêneo, tendo cada rede social a própria audiência
32 //reportagem / pílulas de conhecimento //revistalocaweb @revistalocaweb Em 1998, mesmo ano em que foi criada a Locaweb, ocorreu o primeiro Encontro Locaweb de Desenvolvedores. A ideia do evento era aproximar os profissionais da empresa, oferecendo capacitação em novas tecnologias. Com o passar do tempo, no entanto, a sociedade mudou e tornou-se mais íntima do setor. Consequentemente, a conferência precisou se atualizar dos pontos de vista de conteúdo das palestras, de público-alvo e até mesmo de nome. “Hoje, muitas pessoas que vêm acompanhar nosso evento não estão aqui por causa da tecnologia. Elas vêm para assistir a palestras de marketing, empreendedorismo e redes sociais. Elas querem ouvir histórias que inspiram”, afirmou Claudio Gora, sócio-fundador da Locaweb, durante conversa sobre a história da empresa ao lado de Ricardo Gora e Michel Gora. A 25ª edição do Locaweb Digital Conference ocorreu em agosto, em São Paulo (SP), e teve nomes de peso na programação – entre eles, Sabrina Sato, Iberê Thenório, Nina Silva, Diego Ivo, Camila Achutti e Maite Miyao. Nas próximas páginas, você confere um balanço geral do evento, com os principais insights sobre temas como transformação digital, varejo, criatividade, marketing, inovação e mídias sociais. EVENTO LOCAWEB DIGITAL CONFERENCE TRAZ DICAS, TENDÊNCIAS E ESTRATÉGIAS PARA PMES SE DESTACAREM NO MERCADO TEXTO: BIANCA BELLUCCI | FOTOS: RENAN FACCIOLO Pílulas de conhecimento
33 //reportagem / pílulas de conhecimento //revistalocaweb À direita, Allen Lins (apresentador do evento), Claudio Gora, Michel Gora e Ricardo Gora
34 //reportagem / pílulas de conhecimento //revistalocaweb @revistalocaweb Ser dono do próprio negócio é o sonho de seis em cada 10 brasileiros. Isso é o que aponta a última pesquisa "Global Entrepreneurship Monitor (GEM)", realizada pelo Sebrae e pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe). A questão, porém, é que nem todos enxergam as duas faces dessa função. “A vida profissional é muito menos glamourosa do que parece. Existem momentos em que estamos bonitos, em cima de um palco, dando palestra. E em outros estamos carregando caixas e ‘tomando pancada’ de cliente”, enfatiza Raquel Dalastti, diretora na Locaweb. A chave para lidar bem com esses dois lados é entender muito bem qual é o objetivo do negócio que deseja criar e ter paixão por isso. “Tive a sorte e o privilégio de descobrir ainda criança, aos 6 anos de idade, o que queria fazer. Mas, cada vez mais, vejo pessoas encontrando seu propósito de vida aos 40, 50 ou 60 anos, e isso é muito legal. É um presente fazer o que se gosta, independentemente do momento em que isso Visões de empreendedorismo SABRINA SATO E RAQUEL DALASTTI DÃO DICAS PARA QUEM DESEJA COMEÇAR UM NEGÓCIO ocorra”, afirma Sabrina Sato, apresentadora, influenciadora e empreendedora. Identidade de marca Vale destacar que ter uma ideia é apenas o ponto inicial de uma jornada empreendedora. Construir a marca, torná-la conhecida e não perder sua essência nesse caminho é o grande desafio. De acordo com Sabrina, cada empresa deve ter características e personalidade próprias. Além disso, é preciso cultivar credibilidade para ter longevidade. “Tudo isso é conquistado por meio de muito trabalho e foco”, ressalta. A apresentadora também destaca a essência como Para Sabrina Sato, cada empresa deve possuir características e personalidade próprias, cultivando credibilidade para ter longevidade
35 //reportagem / pílulas de conhecimento //revistalocaweb A vida profissional é muito menos glamourosa do que parece. Em um momento estamos em cima do palco, no outro, estamos ‘tomando pancada’ '' Raquel Dalastti, diretora na Locaweb segue tendo como propósito fazer pequenos e médios negócios prosperarem por meio da tecnologia. Outras dicas Um conselho essencial para os empreendedores iniciantes é entender que nem sempre uma ideia dá certo logo de cara. “Às vezes, o projeto não sai como esperado, e o empreendedor acha que vai ficar no fundo do poço. Depois, no entanto, ele pega a mesma ideia e dá uma aperfeiçoada. Daí, funciona”, comenta Sabrina. “O ideal é não parar de acreditar. Uma hora vai dar certo. É só esperar o melhor momento”, complementa. A celebridade afirma que esse tipo de contratempo já aconteceu várias vezes em sua trajetória. Um exemplo é o quadro SalaDaSato, disponível em seu canal no YouTube. Trata-se de um programa de entrevistas, no qual Sabrina já conversou com famosos como Anitta, Paulo Vieira e Juliette. “Tive essa ideia há mais de 15 anos, mas não consegui realizar por conta de dinheiro. Na pandemia, tiramos da gaveta, e deu certo”, lembra. Outra dica nesse sentido é não deixar de buscar novas inspirações e transformar o negócio sempre que possível. “Empresas grandes ou pequenas, recentes ou maduras, se não se movimentam, morrem. Se seu negócio está baseado em repetir o mesmo e apenas operar, ele não vai sobreviver no longo prazo. Você tem que trazer mais determinação para o dia a dia”, conclui Raquel, da Locaweb. o grande trunfo de uma empresa. “Um empreendedor não pode se esquecer de suas raízes. Não importa onde você chega ou onde quer chegar. Não se esqueça de onde saiu. Nunca me esqueço da minha cidade, Penápolis (SP), da minha família e de cada pessoa que esteve comigo desde o começo. Isso é o que tenho de mais importante e o que contribuiu para a criação da minha marca”, conta. A própria Sabrina Sato é um grande exemplo de identidade de marca. A personalidade ilustre, o sotaque, o lado familiar em evidência e a espontaneidade fazem da artista um verdadeiro sucesso. “Até os erros e os chifres que levei fazem parte da minha construção de marca”, brinca. Outro nome nesse sentido é a Locaweb, que mesmo com 25 anos de história e mais de 15 empresas agregadas,
RkJQdWJsaXNoZXIy Mzk0Njg=