Locaweb Edição 103

53 // reportagem / transformação digital // revista locaweb Os hábitos do novo consumidor EMPREENDEDORES PODEM APROVEITAR O MOMENTO PARA OBSERVAR AS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO E DAR UM SALTO À FRENTE A necessidade de distanciamento social imposta pela pandemia do novo coronavírus obrigou os consumidores a adotarem novos hábitos, muitos deles relacionados a serviços online. E, segundo especialistas, tudo indica que esse é um caminho sem volta na relação entre pessoas e empresas. Marcelo Tripoli, vice- presidente de digital da McKinsey, ressalta que estar atento a essas mudanças é algo essencial para os empreendedores que desejem lidar com as atuais necessidades dos clientes. “Podemos comparar este momento à entrada de um safety car (veículo de segurança) em uma corrida de Fórmula 1. Quando isso acontece, todos os carros são obrigados a reduzir a velocidade durante algumas voltas. Assim que ele sai da pista, porém, a competição é retomada”, afirma. Ocorre, porém, que nem todos os participantes voltam da mesma forma, porque alguns terão usado o tempo de espera para traçar estratégias e saltar à frente. “É isso que está acontecendo com as empresas no mundo inteiro. Muitas estão aproveitando o período de crise para se preparar para o futuro”, explica Marcelo. A expectativa é a de que a adoção acelerada de soluções online faça com que o mundo digital se torne onipresente na rotina dos brasileiros. Reuniões e sessões de terapia via videoconferência, por exemplo, têm se mostrado efetivas e práticas, já que as pessoas não precisam se deslocar, pagar estacionamento e pegar trânsito para chegar aos locais. Marcelo indica ainda outras mudanças de comportamento que merecem atenção. Entre elas, o consumo repensado (muitos brasileiros começaram a analisar suas compras com maior cuidado) e o aumento da infidelidade dos clientes, já que o público tem se mostrado mais aberto à experimentação de marcas novas. Cumprimento dos protocolos de segurança em espaços físicos e soluções ligadas a saúde e qualidade de vida também figuram entre os principais interesses do público. Outro ponto importante é o novo papel que a residência assumiu na relação entre marcas e pessoas. “Quem foi trabalhar em home office entendeu que, atualmente, o lar é muito mais que um espaço para dormir. Foi preciso tornar o local apto para o trabalho. Por isso, a venda de itens como monitores, webcams e cadeiras disparou”, destaca o especialista. Marcelo também defende que essa mudança deve provocar uma desvalorização das metrópoles. “As empresas descobriram que os funcionários podem estar em qualquer lugar do planeta, desde que tenham banda larga de qualidade”, finaliza. Vem aí um novo mundo, repleto de oportunidades a serem exploradas. Segundo Marcelo, as pessoas estão analisando mais as opções de compras e se mostrando mais abertas a novas experiências

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