Locaweb Edição 106

12 // entrevista // revista locaweb Como foi o início de sua carreira profissional na Disney? Estudei ciência política na Universidade de Boston e participei do programa Walt Disney World College no verão, após meu segundo ano acadêmico. Gostei tanto daquela experiência que voltei ao Walt Disney World, em Orlando, em 1991, quando fui contratado como atendente de estacionamento no parque Epcot. Seis meses depois, fui para a França como estagiário de gestão para abrir o estacionamento do projeto Euro Disney (que passou a se chamar Disneyland Paris). Fiquei cinco anos trabalhando na França e depois voltei para a Flórida, em 1997, comminha esposa. Passei os 21 anos seguintes atuando em parques e resorts na Walt Disney World. Meu primeiro papel de vice-presidente foi no Epcot, por dois anos. Depois, migrei para o centro de lazer Hollywood Studios e, finalmente, para o Magic Kingdom, o principal do conglomerado. Quais lições de negócios você aprendeu durante essa jornada profissional dentro da Disney? A mais importante foi manter a mente sempre aberta e flexível. Essa ideologia me permitiu ir para a França, trabalhar em uma cultura diferente e aprender um novo idioma, bem como obter experiências novas em 19 cargos diferentes ao longo de 26 anos de carreira. Destaco também a importância de criar uma cultura de parceria e colaboração. Ninguém faz algo sozinho na Disney. É essencial que as pessoas sejam capazes de pedir ajuda aos outros e também de auxiliá-los em seus objetivos. Outra diretriz que absorvi foi o poder da clareza. A experiência na Disney é meticulosamente projetada e planejada. Como as expectativas são muito bem definidas e comunicadas aos funcionários, os visitantes acabam usufruindo de um serviço consistente e de alto nível. A Disney é conhecida mundialmente por oferecer um serviço que vai além das expectativas em setores como atendimento e organização. Você acredita que esse conceito é importante para diferentes tipos de empresas, incluindo as pequenas e médias? Ir além das expectativas é uma das chaves do sucesso em todas as empresas. Atualmente, os clientes têmmuitas opções para escolher. Ao oferecer uma experiência de serviço excepcional, você pode atrair mais consumidores, retê-los e cobrar um valor premium por seus serviços – se for capaz de fornecê-los de maneira consistente. E isso vale para qualquer tipo de negócio, sobretudo os pequenos e médios, que podem se diferenciar a partir daí. Investir em liderança também é um fator essencial para empresas de todos os tamanhos? O fator liderança é responsável por criar uma cultura adequada para sua organização. Esse processo deve ser bem planejado, uma vez que influencia a capacidade dos funcionários de executarem o trabalho corretamente. O sucesso dos colaboradores se traduz em experiências excelentes para os clientes. Essas situações diferenciadas fazem com que os consumidores voltem e falem sobre seu negócio de forma positiva. Tudo isso parte, sem dúvida, de uma boa liderança. Como você analisa o cenário das lideranças globais com as mudanças impostas pela pandemia, como o aumento do trabalho em casa? O que deve ser feito para que as empresas se adaptem à nova realidade? Nestes tempos difíceis, as empresas precisam ter excelentes lideranças. Isso inclui um forte plano de comunicação bidirecional com os funcionários, fornecendo-lhes atualizações frequentes sobre o status da companhia, bem como uma abertura para ouvir suas ideias. Em segundo lugar, é preciso focar as necessidades dos clientes. Isso leva a novas abordagens para a entrega de produtos e serviços. O fato é que os funcionários e consumidores sabem tudo de que você precisa para ter sucesso. Você só precisa aprender a perguntar para eles o que isso significa. Muitos pequenos e médios empresários não investem na criação de uma boa cultura organizacional, pois acreditam que isso só funciona em grandes empresas. Por que é importante mudar essa mentalidade? Quem acredita que os colaboradores criam valores reais para sua empresa sabe que investir no bem-estar deles é a chave para o sucesso. Isso não tem relação com o tamanho do negócio, mas sim com a qualidade que se queira imprimir a ele. Quais são os principais benefícios práticos oferecidos por uma boa cultura organizacional? Todo funcionário ou colaborador quer pertencer, ser importante e saber disso dentro da empresa. Quando nos sentimos valorizados e respeitados, fazemos um ótimo trabalho e pensamos da melhor forma possível. Qualquer organização pode obter 80% de esforço de seus funcionários. As empresas mais inteligentes, porém, conseguem desbloquear os próximos 20% de esforço discricionário ao investir em uma boa cultura organizacional. As empresas de sucesso precisam ser resilientes e inovadoras. Como os pequenos e médios empresários podem se preparar para atingir esses objetivos? As companhias precisam alternar constantemente medidas para não apenas entregar produtos e serviços excelentes hoje, mas também identificar o que os clientes vão querer no futuro. Certifique-se de programar um tempo para refletir regularmente. Isso permite pensar de maneira maior e no longo prazo. Quem acredita que os colaboradores criam valores reais para sua empresa sabe que investir no bem-estar deles é a chave para o sucesso ''

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