Locaweb Edição 106

31 // feed / pix // revista locaweb trava o estoque”, conta o CEO da Celcoin. O Pix surge como uma alternativa melhor, já que é mais ágil para quem vende e quem compra. O primeiro recebe instantaneamente e pode liberar a encomenda com mais velocidade, enquanto o segundo a recebe em um prazo menor. “É a típica situação em que todos ganham. A pessoa física fica satisfeita, pois pode usar o celular para pagamentos e sem cobrança de taxa. Já o comerciante pode até ter de desembolsar um valor mínimo para o banco, mas recebe na hora”, diz Thamilla. Segurança Como o Pix é novo no mercado, é natural que haja receio quanto à segurança do sistema. Para Paulo David, CEO da fintech Grafeno, o meio de pagamento é tão confiável quanto outros disponíveis no mercado. “As medidas de segurança usadas na proteção de transações com boletos, cartões, TEDs e DOCs foram adotadas pelo Banco Central e pelas instituições em relação ao Pix. Os dados são criptografados e trafegam na mesma rede do Sistema Financeiro Nacional operada pelo BC”, afirma. Como em qualquer outra forma de pagamento, porém, há sempre risco de fraude. Portanto, é válido se prevenir antes de realizar as transferências. “Os cuidados com o novo modelo são similares aos que devem ser observados para evitar golpes em qualquer processo financeiro. É preciso usar uma senha forte na conta e não compartilhá-la com ninguém, além de fugir de compras em estabelecimentos com reputação duvidosa e jamais fazer transferências sem confirmar os dados do recebedor”, diz Paulo. Vale destacar ainda que o Banco Central divulgou que está apto a rastrear movimentações atípicas ou com perfil fraudulento de Pix. Caso haja alguma suspeita, ele pode segurar a transferência por até 60 minutos, para verificar a introdução do Pix. Por fazerem parte direta do sistema financeiro, as fintechs representam outro setor que tem tudo para colher benefícios com a adoção da nova forma de pagamentos. Segundo o Instituto Locomotiva, um em cada três brasileiros adultos ainda não tem acesso a qualquer tipo de banco. A expectativa, agora, é que o ritmo acelerado de adoção do Pix como forma de pagamento nos pequenos estabelecimentos influencie diretamente a abertura de contas por quem, hoje, está fora do sistema bancário. “Tudo indica que muitas pessoas que mal navegavam em e-commerces passarão a realizar compras online e transações mesmo sem ter cartão de crédito. Esse cenário certamente será positivo para os microempreendedores e as fintechs”, diz Paulo. Thamilla é adepta da mesma linha de pensamento. “Com a pandemia, muitas pessoas precisaram abrir contas para poder receber o auxílio emergencial, o que já provocou uma queda no número de quem não trabalhava com bancos. Agora, com o Pix, as instituições financeiras poderão se aproveitar desse movimento crescente para manter e conquistar novos clientes com boas propostas, o que deve gerar concorrência e impactar ofertas para o cliente final”, diz a advogada. Por mais que ainda esteja em fase de aceitação, o novo sistema de pagamento instantâneo no Brasil surge como uma das principais inovações do mercado financeiro dos últimos anos – e com um enorme potencial de evolução. Para os empreendedores, a disponibilização imediata dos recursos e a redução de custos com taxas aumentarão o volume de capital de giro disponível nas contas de empresas e comércios. “De quebra, a inadimplência deve cair com a redução do uso de boletos. Tudo isso tende a revolucionar o mercado”, finaliza Paulo, da Grafeno. Pix em outros países Segundo dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS), já existem mais de 50 países no mundo que usam sistemas similares ao Pix (para entrar nessa lista, é preciso que eles ofereçam movimentações instantâneas 24 horas por dia e nos sete dias da semana). Entre eles estão a Índia, que adota um meio de pagamento do gênero desde 2010, e os membros do Reino Unido, que contam com o serviço desde 2008. O modelo brasileiro foi inspirado em ambos. Há ainda outras referências, como o Japão, que usa o pioneiro sistema Zengin desde 1973, e a China, que iniciou sua versão em 2010. Os Estados Unidos, por sua vez, utilizam um sistema semelhante desde o lançamento do Real-Time Payments (RTP), em 2017. O modelo, porém, tem alcance limitado e deve ser substituído até 2024 pelo FedNow. a autenticidade da movimentação. “Além disso, os empreendedores, por exemplo, podem limitar o valor das transferências realizadas no novo sistema”, explica o CEO da Grafeno. Maior acesso a bancos Não são apenas os comércios físico e digital que ganham com Dados criptografados fazem do Pix um sistema tão seguro quanto TEDs ou DOCs, diz Paulo, da Grafeno

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