Locaweb Edição 108

46 // reportagem / empreendimento em família // revista locaweb @revistalocaweb do Sebrae acrescenta ainda uma dica importante para companhias que queiram expandir seus negócios. “O ideal é que os investimentos da empresa venham de reservas criadas para o próprio empreendimento”, recomenda. Marcas que estão sendo criadas ou que já existem e querem realizar adaptações, mas não contam com uma reserva para aporte, podem até recorrer ao uso de fundos pessoais, desde que tudo seja devidamente documentado. Essa pode ser uma boa estratégia para fugir dos juros cobrados por financiamentos, que costumam complicar a vida dos empreendedores (principalmente, nos primeiros meses de um negócio). Por outro lado, é um processo que exige muito diálogo e organização. O dinheiro aplicado na ideia deve ser visto como uma aposta de investidores, e os retornos precisam ser divididos proporcionalmente, conforme o valor cedido por cada participante. Tarefas e responsabilidades Dividir as tarefas de forma coerente e que agrade a todos é essencial para manter a rotina da empresa familiar saudável. “Quando você tem duas pessoas tomando decisões sobre o mesmo assunto e o mesmo setor, as opiniões podem divergir. Isso faz com que a equipe veja um desencontro de informações, o que prejudica a produtividade e gera atritos”, afirma Lucas, do Grupo NewLentes. Por isso, o ideal é que grandes decisões sejam tomadas em conjunto ou com o auxílio de um conselho (se for o caso), seguidas de comunicações objetivas e sem ruídos. Isso não exclui o fato de que os empreendedores, sobretudo de PMEs, devem ter autoridade para resolver de forma rápida pequenas situações cotidianas referentes a suas áreas de atuação. É por isso que cada membro da família precisa ter suas responsabilidades muito bem esclarecidas na organização institucional. “Em uma corporação bem-estruturada, isso ocorre de forma natural. Os funcionários têm limites impostos. Em uma empresa familiar, principalmente nas pequenas, é preciso criar essa cultura de dividir bem todas as funções”, explica Lucas. Também vale a pena fomentar a maturidade dentro da companhia. “Pessoas mais imaturas pensam que podem chegar mais tarde porque são donas da empresa. Isso é um grande mito. Quem ainda não empreende acha que vai ter essa liberdade, mas é o oposto, já que o negócio está em suas mãos e o trabalho tende a aumentar”, completa o diretor do Grupo NewLentes. Sucessão familiar O processo de sucessão é um tópico importante na organização dos empreendimentos familiares. Ele precisa estar no radar de todos os negócios que contam com a participação de várias gerações da família, o que raramente acontece. Segundo um estudo da PwC, 44% das empresas desse tipo não têm um plano estruturado. Além disso, 72,4% não apresentam uma sucessão definida para cargos-chave – aqui, vale destacar que nem sempre essas vagas são assumidas por herdeiros, já que, em alguns casos, é preciso contratar especialistas mais bem qualificados. Luiz, da Prospere, ressalta a importância de se planejar para minimizar problemas que possam atrapalhar o sucesso da empresa e a harmonia da família

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