Locaweb Edição 108

47 // reportagem / empreendimento em família // revista locaweb processo de transferência de responsabilidades acontece de forma natural. Conforme os herdeiros passam a ser mais presentes na gestão, os antecessores ficam com a sensação de “dever cumprido” e tendem a assumir posições mais estratégicas, como conselheiros. Foi o que aconteceu no Instituto Gente. “Os negócios foram evoluindo, e o Roberto sempre me treinou para o cargo de CEO”, conta Arthur. Ao longo dos anos, o pai confiou nos instintos e nos conhecimentos do filho, que realizou algumas mudanças no negócio e obteve ótimos resultados – com um aumento de quase 300% no faturamento. “Foi um processo praticamente natural. Primeiro, veio a responsabilidade de entregar resultados. Depois, a denominação do cargo”, explica o profissional. Quando Arthur assumiu a liderança da empresa, o pai optou por se tornar conselheiro. “Em 2020, ele saiu até do conselho. Atualmente, recebe apresentações com os resultados, mas não opina mais em reuniões formais. Entretanto, me liga durante a semana quando precisa falar algo. E eu sempre levo muito a sério tudo que ele tenha a dizer”, completa o CEO. Arthur ressalta ainda que o processo de sucessão familiar vai muito além de assumir a empresa. “É preciso honrar os fundadores. É muito fácil chegar depois que tudo está encaminhado. É como ter que empurrar um carro. Para começar, é um parto. Depois que as rodas giram, qualquer um apoia a mão, e o veículo anda”, afirma. “Dar continuidade a um legado é algo muito engrandecedor, desde que seja feito com seriedade. É gratificante saber que estou exercendo uma missão que é um ofício de família – e, ao mesmo tempo, desafiador saber que eu posso carregar por décadas algo que já existe há 30 anos”, finaliza. Luiz Marcelo Abreu Dias, sócio da Prospere, consultoria empresarial estratégica, destaca que o planejamento é essencial para adiantar questões que virão à tona no futuro. Além disso, ele ajuda a minimizar problemas que possam atrapalhar o sucesso da empresa e a harmonia familiar. “O que precisa ficar bem claro é que um plano sucessório de qualidade não significa transferência imediata de poder ou decisão. Pelo contrário. É uma forma de você aumentar o poder de quem está no controle, porque essa pessoa vai determinar como as coisas vão acontecer no futuro”, comenta Luiza Hildebrand Pulz Macarenco, sócia da consultoria Prospere. A especialista explica que, normalmente, o Ter um plano sucessório é uma forma de aumentar o poder de quem está no controle, pois essa pessoa vai determinar como as coisas vão acontecer no futuro '' Luiza Hildebrand Pulz Macarenco , sócia da consultoria Prospere

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