Locaweb Edição 112

12 // entrevista // revista locaweb Quando você e seus sócios decidiram adaptar o modelo de negócios da Wayfair no Brasil, tinham noção de que atingiriam o sucesso tão rapidamente? Sem dúvida. Sempre acreditamos que conseguiríamos chegar até aqui. Para nós, é a realização de um sonho – mas um sonho que ainda está em seu começo. Hoje, enxergamos a Mobly como um bebê, perto do que ela pode vir a ser. Vamos trabalhar muito para alcançar metas mais desafiadoras. Já temos inúmeras iniciativas de crescimento e inovação na experiência de compra de nossos clientes, que vão nos levar a novos e mais altos patamares em pouco tempo. O crescimento exponencial dos negócios costuma trazer na bagagem alguns problemas. Quais são os principais desafios enfrentados na trajetória da Mobly até aqui? Uma dificuldade inicial foi encontrar bons funcionários que pudéssemos pagar. Acabamos entendendo que, para uma startup ou PME, a melhor estratégia é contratar pessoas mais jovens, valorizando muito mais o potencial e a capacidade de aprendizado rápido do que a bagagem. Um grande desafio que persiste até hoje é a disponibilidade de caixa para sustentar o crescimento da empresa. Para lidar com esse problema, buscamos fazer uma gestão eficiente do fluxo, tentando ao máximo que ele se aproxime de um modelo de capital de giro negativo – isto é, quanto mais se cresce, de menos capital se precisa. A pandemia de covid-19 aumentou o volume de vendas online. A Mobly sentiu essa mudança, uma vez que a receita líquida teve um crescimento de 48,2% em 2020. Como vocês adaptaram o negócio para suprir a demanda e atender os clientes com qualidade? Adaptamo-nos a essa nova realidade prestando mais atenção aos hábitos do consumidor, com base em mecanismos de inteligência de negócios. Além disso, estamos ampliando nossa malha logística e evoluindo em multicanalidade, para atender os clientes com maior agilidade e eficiência. Outra missão da marca é oferecer uma pluralidade ainda maior de produtos e meios de compras, como site, lojas físicas, aplicativo e também um marketplace de itens usados. Você comentou a respeito dos mecanismos de inteligência usados pela Mobly. A partir deles, o que vocês puderam notar de diferente no modo de consumo dos brasileiros? No início da pandemia, as pessoas passaram a investir no cantinho de trabalho remoto. Produtos como escrivaninhas e cadeiras figuraram entre os mais buscados. Com o passar do tempo, esse comportamento de compra se expandiu para outros itens de mobiliário, como tapetes e iluminação. Isso indica que o investimento acabou ampliado para todos os cômodos. O isolamento social fez com que os brasileiros ficassem mais tempo em suas casas e despertasse neles o sentimento de transformação do ambiente. Assim, passaram a investir em móveis novos e artigos de decoração. Qual é a importância de contar com uma ferramenta inteligente para entender o comportamento do cliente? A empresa passa a tomar decisões com base em dados concretos, e não em “achismos”. É surpreendente a frequência com que a melhor solução é bastante diferente daquela que acreditávamos ser a certa. Além do mais, temos uma plataforma que nos permite testar variações, hipóteses e funcionalidades constantemente. Assim, fica mais fácil entender o que focar e como melhorar a experiência do consumidor. Ao deixar a tecnologia de lado e pensar no contato humanizado, como é o relacionamento da Mobly com seus consumidores? O que o cliente mais deseja é ter suas necessidades atendidas de forma rápida e assertiva, seja durante a experiência de compra, com uma navegação intuitiva, informações e funcionalidades úteis, seja no pós-venda, com clareza no status do pedido, entrega do que foi prometido, facilidade para obter dados ou pedir ajuda. Quando isso é feito com consistência, o consumidor deposita sua confiança na marca e se torna fiel. A partir daí, passa a frequentar nossas mídias sociais, instalar nosso aplicativo, assinar nossa newsletter... Tudo isso nos permite ter canais mais engajados. A tendência do home office também atingiu a Mobly, que decidiu fechar permanentemente seu escritório físico. Por que vocês tomaram essa decisão? Em 2020, fizemos uma pesquisa interna com nossos colaboradores e apuramos que mais de 80% preferiam o modelo de trabalho remoto. Eles alegaram como principal vantagem a redução no tempo de deslocamento até o escritório, além do aumento na qualidade da convivência familiar e a economia com despesas em alimentação. Com isso, implementamos o modelo de home office permanente. Essa decisão ainda trouxe o benefício de contratar profissionais de todo o território nacional para integrar o time. Pessoalmente, como você se sente por ter criado um empreendimento de sucesso? Uma das maiores felicidades para empreendedores como nós é ver o legado que estamos criando, bem como o impacto positivo que temos na vida de tantas pessoas – seja de clientes, seja de funcionários, fornecedores ou parceiros. O que o cliente mais deseja é ter suas necessidades atendidas de forma rápida e assertiva, seja durante a experiência de compra, seja no pós-venda ''

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