Locaweb Edição 113

12 // entrevista // revista locaweb Qual estratégia de mercado você avalia ter sido fundamental para o desenvolvimento da Polishop? O foco da Polishop sempre foi não vender única e exclusivamente produtos, que era o que os grandes varejistas faziam – ou seja, havia uma inovação desde o princípio. O pensamento que mantemos até hoje é o de oferecer benefícios para o cliente. Produto tem preço, enquanto benefício tem valor. As pessoas não querem, simplesmente, consumir por consumir. Elas desejam adquirir as vantagens que determinado item possui. Isso tem sido valorizado cada vez mais pelo brasileiro. Além do benefício agregado, alguns produtos da Polishop têm o diferencial de não serem oferecidos por qualquer varejista. Você acredita que as empresas em geral devem buscar esse tipo de inovação? Muita gente acha que inovação está relacionada à eletrônica, à NASA, ao futuro ou ao espaço, mas não vejo assim. Entendo que inovação é questionar aquilo que já existe, além de o quê e como está sendo feito. A partir dessas diretrizes, fica mais fácil buscar algo diferente, que os outros não enxergam. Para não ficar ultrapassada, a indústria investe milhões todos os anos no desenvolvimento de novos produtos, mas tem grande dificuldade de introduzir essas novidades no varejo e aos consumidores. É importante que os empreendedores pensem nisso e não fiquem querendo apostar em alguma coisa, muitas vezes até fora do seu negócio. Nem sempre há oportunidade em tudo que é muito moderno e tecnológico. E isso vale para empresas de todos os tamanhos. Desde o início, a Polishop trabalha com a proposta de atender o consumidor independentemente do lugar onde ele esteja. Qual é a importância de marcar presença em diferentes meios de comunicação? O mundo corporativo fala muito sobre B2B (Business-to-Business) e B2C (Business-to-Consumer), mas muitos se esquecem do P2P (Person-to-Person), que são pessoas falando com pessoas. É muito importante que os empreendedores prestem atenção nessa conexão. Na Polishop, queremos ter todos os pontos de contato possíveis com o consumidor, para podermos demonstrar e comunicar aquilo que oferecemos. Esse tipo de relação é cada vez mais fundamental para o sucesso de uma empresa. Seu faro para negócios rendeu um convite para o programa “Shark Tank Brasil”. O que o levou a participar desse reality show? Aceitei o convite por três motivos. Primeiramente, para poder dar para as pessoas que estavam querendo empreender aquilo que eu tive: um mentor dedicado. Meu pai fez esse papel. Além de me ajudar com dinheiro, ele contribuiu com ideias, inteligência e expertise de negócios. A segunda razão foi para mudar a percepção do que é o empresariado brasileiro. Queria levar uma mensagem diferente para quem acha que todo empresário aparece nas páginas policiais e manchetes de jornais. Por fim, busquei localizar bons negócios como opções de investimento, pois isso faz parte do meu universo emprendedor. Os participantes do “Shark Tank Brasil” devem apresentar seu produto ou serviço para os “tubarões” comprarem-no. O que costuma, de fato, atraí-lo? Primeiramente, fico atento para ver se o empreendedor conhece bem o que está oferecendo e já tenha testado a ideia no mercado, mostrando aderência por parte do público. Em segundo lugar, me atraem todas as empresas que, de alguma forma, demonstram inovação naquilo que elas se prestam a fazer. No entanto, o que eu gosto para valer é de investir em perfis empreendedores. Isso porque é essencial ter uma pessoa à frente do negócio que tenha veia empreendedora. Para mim, não adianta que uma ideia muito boa seja comandada por alguém que não demonstre paixão. A pandemia de covid-19 paralisou boa parte dos empreendimentos, mas o Brasil vê uma retomada dos negócios com a vacinação em massa. Quais são suas expectativas para os próximos meses? A pandemia foi um choque apenas em 2020. Agora, o que estamos vivendo não é mais algo desconhecido. Por isso, qualquer empreendedor pode enfrentar o desafio. A Polishop, por exemplo, encara 2021 como o ano da retomada. Estamos reorganizando processos, canais e lojas que foram fechados ou desorganizados. Isso vai nos ajudar a voltar a ter um crescimento até o próximo ano – e com grandes impactos rumo a 2030. Isso significa que há espaço para criar novos empreendimentos? Sim. A dica que sempre dou para os empreendedores que estão começando, independentemente de num momento de pandemia ou não, é para observarem bem o que o consumidor necessita. Isto é, se aquilo que você está se propondo a criar irá atender as dores das pessoas no geral. Quanto maior o número de clientes impactados, maiores são as chances de vendas em qualquer contexto. Também é fundamental estudar muito, pois o empreendedorismo tem a ver com dedicação e conhecimento daquilo que se propõe a fazer. A pandemia foi um choque apenas em 2020. Agora, o que estamos vivendo não é mais algo desconhecido. Por isso, qualquer empreendedor pode enfrentar o desafio ''

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