Locaweb Edição 113

38 // reportagem / cruelty free // revista locaweb @revistalocaweb minimizar o impacto ambiental, uma vez que a proteína vegetal usada nos produtos representa aspectos importantes à sustentabilidade, como a redução da emissão de gases do efeito estufa e do consumo de água na cadeia reprodutiva. Como as projeções vêm revelando, o crescimento da alimentação vegana aumentou o espaço para as marcas de cosméticos livres de crueldade com animais se destacarem no mercado. Uma delas é a Terapêutica Biocosméticos, que tem toda sua linha sem ingredientes de origem animal, eco-friendly, orgânica, artesanal e cruelty-free. São mais de 35 produtos naturais que vão desde xampu e condicionador até balm demaquilante. “Sinto-me realizada por entender o papel que cada um dos ingredientes tem e poder trazer suas melhores características para os produtos da marca”, conta Thaís. Para garantir a qualidade e a durabilidade dos artigos que chegam até o consumidor, a Terapêutica Biocosméticos usa conservantes chancelados pela Ecocert, certificadora de insumos veganos e que não passaram por testes em animais. Dentre os veteranos, por sua vez, despontam nomes como a King55, marca de roupas, calçados e acessórios que está alinhada com o conceito cruelty-free desde 2001, quando foi fundada. A loja não trabalha com produtos de origem animal tradicionalmente usados no mundo da moda, como seda, lã e couro. Essas matérias-primas são substituídas por materiais como algodão, viscose, fibras de bambu e borracha reciclada. Amauri Caliman, designer e fundador da King55, é incisivo a respeito da importância de não ser apenas uma loja vegana, mas também de roupa bonita e que vista bem. “É primordial impactar e ganhar o consumidor pela qualidade do seu produto, algo que vai além da não crueldade com animais envolvida”. Juntar tudo isso amplia muito o mercado, o que se comprova pelo fato de 80% dos clientes da loja não serem veganos. Alguns negócios vão nascer veganos e outros vão abraçar o conceito com o tempo. Mas, para o universo da moda, o que interessa é como esse movimento vai ser responsável pelo fim da crueldade com os animais. “Se não existir demanda para o couro, vai haver a redução do abate de bois, por exemplo”, explica Amauri. Segundo o empreendedor, essa é uma tendência que veio para ficar e ultrapassa os limites do setor, pois está relacionada à atitude. “As empresas não têm mais argumentos ou justificativas para deixar de adotar produtos sem origem ou testes em animais. Afinal, além das alternativas à disposição, Tecnologia pela causa animal O Grupo Boticário foi um dos pioneiros no Brasil a desenvolver uma tecnologia capaz de reproduzir a pele humana em laboratório. O método alternativo se mostrou fundamental para erradicar a crueldade com animais que são importantes na indústria cosmética, pois garantem a segurança das fórmulas antes de que cheguem ao mercado. “A tecnologia 3D possibilita a mimetização de pele humana em diferentes idades e na reprodução de colorações distintas. Com esse modelo, podemos realizar múltiplos testes, como irritação cutânea, corrosão dérmica e avaliação de eficácia dos produtos”, diz Cathyelle Schroeder, diretora de branding e comunicação do Boticário. A alternativa é produzida em laboratório a partir de células humanas isoladas adquiridas de empresas especializadas. Peças de vestuário da última campanha da King55, marca de moda vegana que usa matéria- prima de origem natural e reciclada

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