Locaweb Edição 140

10 //entrevista //revistalocaweb @revistalocaweb “Todas as motoristas têm seu cadastro checado na base de dados da Receita Federal, bem como os antecedentes criminais. As passageiras também são analisadas, para dar maior segurança às condutoras. Investimos constantemente em treinamentos com foco total em segurança”, conta Gabryella. “Além disso, temos dois serviços que nenhum outro app tem: o Lady Kiddos, voltado para o transporte de crianças acima de 8 anos, e o Lady Care, para idosos acima de 65 anos. Ambos devem ter o pedido originado da conta de uma mulher”, completa. Quais foram os principais desafios enfrentados desde a fundação da empresa? Primeiramente, a captação de investimentos. Empresas fundadas por mulheres têm menos acesso a capital para alavancar negócios. Porém, essa dificuldade foi superada através dos resultados sólidos que começamos a apresentar. Em seguida, houve a adaptação de tecnologia à altura da demanda. Precisávamos de algo mais robusto, compatível com o número de atendimentos. Por fim, chegou a pandemia, quando as mulheres ficaram em casa, e enfrentamos o desafio da escassez de motoristas – que já foi revertido no pós-pandemia. Muitas brasileiras ainda encontram dificuldades para construir carreira no mundo da tecnologia. Quais são suas dicas para as profissionais que buscam sucesso nesse ramo? Trata-se de um mercado ainda majoritariamente masculino, mas temos que quebrar essa barreira. Se uma mulher tem um projeto bacana e acredita nele, deve seguir em frente sem dar muito ouvidos ao que vão dizer. As mulheres precisam de serviços e soluções em tecnologia – e quando isso vem de outra mulher, é possível suprir as necessidades desse público de forma muito mais ampla. Então, a tecnologia é essencial para empoderar mulheres no Brasil e no mundo? O mundo está evoluindo. Estamos cada vez mais conectados e imersos em soluções desenvolvidas por inteligência artificial, por exemplo. Com as mulheres envolvidas nessa jornada, conseguiremos construir tudo isso de forma mais assertiva. O empoderamento também faz parte disso. São mulheres construindo para mulheres, porque somente nós temos o olhar amplo e apurado para aquilo de que realmente precisamos, já que tendemos a vivenciar as mesmas situações. Negócios para públicos específicos, como a Lady Driver, podem ser mais atrativos para investidores e aceleradoras dentro e fora do país? No nosso caso, o negócio foi muito atrativo porque é único no mundo. Não existe outro app que ofereça esse tipo de serviço só para mulheres, com 365 dias do ano focados exclusivamente no público feminino. Então, dá para dizer que para se destacar no mercado é necessário ter um diferencial forte. Foi isso que ajudou a Lady Driver a se firmar, assim como os nichos atrelados a crianças e idosos. Quais são suas dicas para empreendedoras que procuram levantar investimentos? Enfrentamos mais barreiras para conseguir investimentos do que os homens. Por isso, muitas vezes, é preciso mostrar mais resultados para alcançar esse tipo de meta. A minha recomendação é que a pessoa atue para não depender de investimento. Ela pode fazer seu trabalho e ir crescendo. Conforme os resultados começarem a aparecer, os investimentos também virão. Não desista pelo fato de termos maior dificuldade. A chave do negócio é trabalhar de maneira diferente e estratégica para alcançar os objetivos. Quais são as expectativas para o futuro da Lady Driver? Estamos em movimento de expansão através de licenciamento, modelo no qual temos uma mulher empreendedora como dona do negócio em cada cidade. Já vendemos em 300 cidades no Brasil, e o próximo passo é levar esse processo para a América Latina e para os Estados Unidos em 2024.

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