Locaweb Edição 140

#140 ANO 17 Elas por elas Startups camelo Gabryella Corrêa, CEO da Lady Driver, inspira outras mulheres a empreender Conheça o modelo de negócio que foca crescimento sem abrir mão da estabilidade ESPECIALISTAS DÃO DICAS DE COMO GERIR EQUIPES MAIS PRODUTIVAS E TRAÇAM PERFIL DA LIDERANÇA DO FUTURO Como ser um... ...bom líder

//revistalocaweb #140 // Ano 18 (2024) COMO SER UM BOM LÍDER #140 ANO 17 R$15,90 Elas por elas Startups camelo Gabryella Corrêa, CEO da Lady Driver, inspira outras mulheres a empreender Conheça o modelo de negócio que foca crescimento sem abrir mão da estabilidade ESPECIALISTAS DÃO DICAS DE COMO GERIR EQUIPES MAIS PRODUTIVAS E TRAÇAM PERFIL DA LIDERANÇA DO FUTURO Como ser um... ...bom líder Coordenação Editorial: Liliane Oliveira Editora Europa Diretor Executivo: Luiz Siqueira Editores: Marcella Blass, Paulo Basso Jr. e Sérgio Vinícius Editor de Arte: Alexandre Dias (Nani) Redação: Bianca Bellucci e Maria Beatriz Vaccari Revisão: Jaciara Carneiro Publicidade São Paulo: publicidade@europanet.com.br Negócios de Publicidade: Angela Taddeo A Revista Locaweb é uma publicação da Editora Europa Ltda. e do departamento de Marketing Institucional da Locaweb Serviços de Internet. A Editora Europa não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios de terceiros. Gestão e influência E star sozinho à frente de um negócio não é tarefa fácil. Em contrapartida, a responsabilidade de gerir um ou mais times de colaboradores não fica para trás. Por isso, é fundamental que, mais do que chefes, os empreendedores saibam ser líderes – capazes de inspirar e desenvolver (de verdade) as pessoas. Independentemente do tamanho da equipe, a liderança precisa ser ativa, empática e humilde. Nada de olhar de cima: estamos falando de olho no olho. Isso é determinante para criar um relacionamento positivo, com trocas que vão beneficiar a empresa e fazê-la crescer cada dia mais. Mesmo que você não se sinta preparado para isso, fique tranquilo, é perfeitamente normal. A boa notícia é que é possível aprender a ser um bom líder. Sendo assim, a reportagem de capa desta edição da Revista Locaweb é um grande manual de liderança. Nela, especialistas de mercado destacam como organizar e motivar as equipes lideradas, ampliando seus resultados. Mais do que isso, eles apontam quais são as principais características do líder do futuro e como desenvolvê-las. Na sequência, você descobre tudo sobre as chamadas startups camelo. A nomenclatura define negócios que nascem com o objetivo de crescer com segurança e sem muitos riscos financeiros. Com esse modelo de jornada, eles podem ser uma inspiração e tanto para os pequenos e médios empreendedores. Boa leitura! 4 //ao leitor Raquel Dalastti Diretora na Locaweb raquel-caruso-dalastti

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Entrevista Gabryella Corrêa Radar Novidades, números e curiosidades da tecnologia Raio-X Caixa de som Tronsmart Halo 100 Opinião 5 desafios da área de marketing para o início do ano Opinião Clima organizacional: o poder do bem-estar nas empresas Matéria de capa Liderança Reportagem Startups camelo Inovação Startups nacionais e estrangeiras com ideias disruptivas Top 5 Planilhas para gestão de negócio Multimídia As dicas de empreendedorismo do universo digital Profissionais de internet Prestadores de serviços que podem auxiliar seu negócio Tendências Soluções tecnológicas com potencial de revolucionar o mercado 8 12 14 16 18 20 32 40 44 46 48 50 Para falar com a redação: (11) 3544-0444 Para fazer sua assinatura: (11) 3038-5050 locaweb@europanet.com.br Sumário

entrevista 8 //entrevista //revistalocaweb @revistalocaweb

9 //entrevista //revistalocaweb De mulher para mulher Otermo femtech é utilizado para definir empresas inovadoras criadas por e para mulheres. Um dos exemplos de sucesso nesse mercado é a Lady Driver, solução de transporte particular focada especificamente no público feminino. A empresa foi fundada após a CEO, Gabryella Corrêa, vivenciar uma situação de assédio em um carro de aplicativo. Depois de conversar com amigas e perceber que várias delas já tinham passado por eventos parecidos, a empreendedora decidiu criar um app seguro e eficiente para mulheres. GABRYELLA CORRÊA, CEO DA LADY DRIVER, FALA SOBRE COMO A TECNOLOGIA PODE EMPODERAR O PÚBLICO FEMININO MARIA BEATRIZ VACCARI | FOTOS: ERIKA RICCI Para se destacar no mercado, é necessário ter um diferencial forte. Foi isso que ajudou a Lady Driver

10 //entrevista //revistalocaweb @revistalocaweb “Todas as motoristas têm seu cadastro checado na base de dados da Receita Federal, bem como os antecedentes criminais. As passageiras também são analisadas, para dar maior segurança às condutoras. Investimos constantemente em treinamentos com foco total em segurança”, conta Gabryella. “Além disso, temos dois serviços que nenhum outro app tem: o Lady Kiddos, voltado para o transporte de crianças acima de 8 anos, e o Lady Care, para idosos acima de 65 anos. Ambos devem ter o pedido originado da conta de uma mulher”, completa. Quais foram os principais desafios enfrentados desde a fundação da empresa? Primeiramente, a captação de investimentos. Empresas fundadas por mulheres têm menos acesso a capital para alavancar negócios. Porém, essa dificuldade foi superada através dos resultados sólidos que começamos a apresentar. Em seguida, houve a adaptação de tecnologia à altura da demanda. Precisávamos de algo mais robusto, compatível com o número de atendimentos. Por fim, chegou a pandemia, quando as mulheres ficaram em casa, e enfrentamos o desafio da escassez de motoristas – que já foi revertido no pós-pandemia. Muitas brasileiras ainda encontram dificuldades para construir carreira no mundo da tecnologia. Quais são suas dicas para as profissionais que buscam sucesso nesse ramo? Trata-se de um mercado ainda majoritariamente masculino, mas temos que quebrar essa barreira. Se uma mulher tem um projeto bacana e acredita nele, deve seguir em frente sem dar muito ouvidos ao que vão dizer. As mulheres precisam de serviços e soluções em tecnologia – e quando isso vem de outra mulher, é possível suprir as necessidades desse público de forma muito mais ampla. Então, a tecnologia é essencial para empoderar mulheres no Brasil e no mundo? O mundo está evoluindo. Estamos cada vez mais conectados e imersos em soluções desenvolvidas por inteligência artificial, por exemplo. Com as mulheres envolvidas nessa jornada, conseguiremos construir tudo isso de forma mais assertiva. O empoderamento também faz parte disso. São mulheres construindo para mulheres, porque somente nós temos o olhar amplo e apurado para aquilo de que realmente precisamos, já que tendemos a vivenciar as mesmas situações. Negócios para públicos específicos, como a Lady Driver, podem ser mais atrativos para investidores e aceleradoras dentro e fora do país? No nosso caso, o negócio foi muito atrativo porque é único no mundo. Não existe outro app que ofereça esse tipo de serviço só para mulheres, com 365 dias do ano focados exclusivamente no público feminino. Então, dá para dizer que para se destacar no mercado é necessário ter um diferencial forte. Foi isso que ajudou a Lady Driver a se firmar, assim como os nichos atrelados a crianças e idosos. Quais são suas dicas para empreendedoras que procuram levantar investimentos? Enfrentamos mais barreiras para conseguir investimentos do que os homens. Por isso, muitas vezes, é preciso mostrar mais resultados para alcançar esse tipo de meta. A minha recomendação é que a pessoa atue para não depender de investimento. Ela pode fazer seu trabalho e ir crescendo. Conforme os resultados começarem a aparecer, os investimentos também virão. Não desista pelo fato de termos maior dificuldade. A chave do negócio é trabalhar de maneira diferente e estratégica para alcançar os objetivos. Quais são as expectativas para o futuro da Lady Driver? Estamos em movimento de expansão através de licenciamento, modelo no qual temos uma mulher empreendedora como dona do negócio em cada cidade. Já vendemos em 300 cidades no Brasil, e o próximo passo é levar esse processo para a América Latina e para os Estados Unidos em 2024.

//revistalocaweb 11 //entrevista Mulheres construindo para mulheres têm o olhar amplo e mais apurado para aquilo de que realmente precisamos

12 //radar //revistalocaweb @revistalocaweb radar NOVIDADES, NÚMEROS E CURIOSIDADES DA TECNOLOGIA Lançado no final de novembro, o aplicativo Hemovida foi criado com o objetivo de conscientizar a população brasileira sobre a importância de doar sangue. Disponível para os sistemas Android e iOS, o app conta com recursos que prometem facilitar todo o processo de doação. Ele é integrado ao ConecteSUS e funciona como uma ponte entre doadores em potencial e hemocentros da rede pública. Os usuários têm acesso a informações relevantes sobre o tema, bem como a seus históricos de doação e a suas carteiras de doadores. Além disso, a ferramenta permite que as pessoas compartilhem suas experiências nas redes sociais e convidem amigos e familiares para se juntar à causa. PLATAFORMA HEMOVIDA FUNCIONA COMO PONTE ENTRE HEMOCENTROS BRASILEIROS E POSSÍVEIS DOADORES Aplicativo facilita doações de sangue

13 //radar //revistalocaweb Tecnologia em Números! Voz inteligente Recentemente, o ChatGPT liberou um recurso de conversa por áudio para todos os usuários – a ferramenta havia sido implementada em setembro, mas, até então, estava disponível exclusivamente para assinantes. Com ela, pessoas que utilizam o app da plataforma em sistemas Android ou iOS podem conversar com a IA como se estivessem falando com outra pessoa. A tecnologia automaticamente detecta o idioma da conversa (português é uma das opções disponíveis) e conta com cinco tons de voz. 84% da população brasileira tem acesso à internet atualmente. O levantamento "TIC Domicílios 2023" mostra que o número segue crescendo. Em 2020, o índice era de 81%. 14 anos foi o período em que o site Omegle esteve no ar. A plataforma de bate-papo foi encerrada em novembro de 2023 por motivos financeiros e por preocupações ligadas à segurança cibernética. 10 mil euros é o valor aproximado que Aitana López, modelo criada com inteligência artificial, fatura por mês. Apesar de não existir no mundo real, a influencer tem milhares de seguidores e fecha trabalhos com marcas. Sem a menor dúvida, o melhor investimento que existe é em educação e networking – especialmente mentorias e grupos de negócios ativos, que realmente aceleram resultados'' Marcelo Pimenta, sócio e head de growth da StartSe.

14 //raio-x //revistalocaweb @revistalocaweb POR R$ 660, HALO 100 TEM BATERIA DURADOURA E SISTEMA DE ILUMINAÇÃO MARIA BEATRIZ VACCARI Caixa de som da Tronsmart combina potência e praticidade ATronsmart Halo 100 é boa opção para quem procura uma caixa de som portátil com áudio de alta qualidade. Seu sistema de três vias, composto por um tweeter, dois mid-tweeters e um woofer, garante 60 W de potência. Além disso, o modelo é equipado com a tecnologia SoundPulse, ideal para evitar distorções quando o volume estiver alto. Com apenas 2,7 kg, a caixa pode ser levada com praticidade para qualquer lugar – há até mesmo uma alça de borracha que facilita o transporte. O modelo funciona por meio de conexão Gadgets DISPOSITIVOS QUE PODEM AJUDAR NA SUA VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL Modelo tem entradas USB, USB-C, auxiliar e para cartão microSD

15 //raio-x //revistalocaweb Bluetooth e conta também com entradas USB, USB-C e auxiliar, além de espaço para cartão de memória microSD. O design da Halo 100 é marcado, principalmente, pelo sistema de iluminação, que pisca conforme o ritmo de cada música ou de acordo com as preferências do usuário (configuradas por meio do aplicativo Tronsmart, disponível para dispositivos Android e iOS). Caso o objetivo seja utilizar a caixa em uma situação mais profissional, como em uma apresentação no escritório ou em uma videoconferência, basta pressionar um botão para desativar as luzes. A bateria de 12 mil mAh é um dos grandes trunfos da Tronsmart Halo 100. Uma carga completa exige aproximadamente 5h30min de tomada, mas é capaz de reproduzir músicas por até 18 horas. Encontrado em marketplaces por cerca de R$ 660, o modelo conta ainda com classificação IPX6 à prova d’água e pode ser emparelhado com outros alto-falantes. VEREDITO A TRONSMART HALO 100 FUNCIONA BEM PARA DIFERENTES PROPOSTAS. É POSSÍVEL UTILIZÁ-LA TANTO NO DIA A DIA DE UM ESCRITÓRIO COMO EM CONFRATERNIZAÇÕES E FESTAS. APESAR DE NÃO SER INTERESSANTE PARA TODOS OS PÚBLICOS, O SISTEMA DE ILUMINAÇÃO É UM DIFERENCIAL BACANA. O PESO E A CAPACIDADE DA BATERIA GARANTEM MUITA PRATICIDADE AO USUÁRIO, QUE PODE LEVAR A CAIXA A DIVERSOS LUGARES E REPRODUZIR MÚSICAS POR VÁRIAS HORAS SEM PREOCUPAÇÕES. A GARANTIA É DE UM ANO, MAS É POSSÍVEL SE CADASTRAR NO SITE DA MARCA PARA CONSEGUIR SEIS MESES ADICIONAIS. RAIO-X TRONSMART HALO 100 DIMENSÕES: 287 X 198 X 150 MM PESO: 2,72 KG POTÊNCIA: 60 W FAIXA DE FREQUÊNCIA: 40 HZ-20 KHZ ALIMENTAÇÃO: BATERIA DE 12 MIL MAH COM DURAÇÃO DE ATÉ 18 HORAS TEMPO DE CARREGAMENTO: 5H30MIN (COM CABO USB-C) PREÇO: CERCA DE R$ 660 Tronsmart Halo 100 tem apenas 2,7 kg e pode ser facilmente transportada

16 //opinião //revistalocaweb @revistalocaweb Oinício de um novo ano traz consigo uma série de desafios e oportunidades para os profissionais de marketing. Com o cenário empresarial em constante evolução e as mudanças nas preferências do consumidor, as equipes enfrentam a necessidade de se adaptar e inovar, com o objetivo de se manter relevantes. Neste artigo, abordo os desafios do setor enfrentados por empresas de todos os portes, destacando estratégias eficazes para superá-los. Confira: 1. Mudanças de tendência As preferências do consumidor estão em constante transformação, impulsionadas por fatores como avanços tecnológicos, mudanças culturais e eventos globais. No início do ano, os profissionais de marketing enfrentam o desafio de identificar e antecipar essas alterações para ajustar suas estratégias. Investir em pesquisas de mercado, análise de dados e monitoramento das redes sociais é uma atitude valiosa para entender as tendências emergentes e alinhar as estratégias. 2. Planejamento orçamentário Muitas vezes, o início do ano traz a definição dos orçamentos para o período e o desafio de otimizar os recursos de maneira eficiente – escolhendo as táticas que proporcionarão maior impacto. A alocação inteligente de recursos, o acompanhamento rigoroso do Retorno Sobre o Investimento (ROI) e a flexibilidade para ajustes ao longo do ano são fundamentais para superar contratempos. 3. Competitividade Muitas empresas lançam novas campanhas e iniciativas no início do ano, aumentando a competição no espaço de marketing. Nesse contexto, destacar-se em meio ao ruído é essencial. Personalização de campanhas, criação de conteúdo envolvente e foco em experiências únicas do cliente são estratégias que podem ajudar as empresas a se destacar em um mercado saturado. 4. Novas tecnologias O avanço rápido da tecnologia impacta diretamente as estratégias de marketing. A incorporação de tecnologias emergentes, como inteligência artificial e automação de marketing, podem ser desafiadoras, mas são vitais para manter a competitividade. Ao começar o ano, as equipes de marketing devem avaliar as tendências tecnológicas relevantes para seu nicho e considerar como essas inovações podem ser integradas de maneira eficaz. 5. Estratégia de conteúdo O marketing de conteúdo continua sendo uma ferramenta poderosa, mas as estratégias devem evoluir para acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor. Colaboração com influenciadores, utilização de formatos de conteúdo inovadores e personalização com base nos interesses do público-alvo são abordagens eficazes. Ao enfrentar esses desafios de maneira proativa, as empresas podem posicionar-se para o sucesso em um ambiente de marketing dinâmico e em constante evolução. 5 desafios da área de marketing para o início do ano LILIANE OLIVEIRA COORDENADORA DE MARKETING NA LOCAWEB /liliane-gomes-oliveira

Receba em casa 12 edições inéditas por um ano. Na coleção Figurões das HQs, veja o perfil completo dos super-heróis e supervilões como você nunca viu. Assine a revista Locaweb e saiba como. *Preços válidos até 20 de janeiro de 2024. Sujeito à disponibilidade de estoque. Fretes não inclusos. Reservamos o direito de corrigir eventuais erros de divulgação nesta edição. Parcelamento em 12x no cartão de crédito. Empreenda e ganhe dinheiro no mundo digital. Descubra tudo o que eles queriam esconder. ou 12x R$ 15, 10 ou 12x R$ 37, 50 por R$ 180, 20 por R$ 405, 00 (11) 3038-5050 (11) 95186-4134 www.europanet.com.br Thor • Shazam • Loki • Batman • Coringa • Venom • Capitão América Thanos • Deadpool • Doutor Estranho • Viúva-Negra Mulher-Maravilha • Feiticeira Escarlate • Arlequina • Homem-Aranha

18 //opinião //revistalocaweb @revistalocaweb Omundo corporativo está em constante evolução, e à medida que as empresas buscam manter a competitividade, muitas vezes esquecem um fator fundamental para o sucesso: o clima organizacional. Quando pensamos nesse termo, muitas vezes somos levados a associá-lo apenas ao ambiente interno da empresa, mas ele vai muito além disso. O clima organizacional influencia diretamente a produtividade, o comprometimento dos funcionários e, consequentemente, os resultados financeiros de uma organização. Costumo definir o clima organizacional como a atmosfera emocional de uma empresa. É a soma de emoções, percepções e sentimentos dos funcionários em relação ao ambiente de trabalho. O clima organizacional é influenciado por diversos fatores, como liderança, cultura corporativa, relacionamento entre colegas, reconhecimento, recompensas e até mesmo condições físicas do ambiente de trabalho. É importante notar que o clima organizacional não é algo estático. Ele pode mudar ao longo do tempo, seja devido a eventos específicos, como uma reestruturação na empresa, seja devido a mudanças no mercado e na sociedade. Por isso, é fundamental que as empresas estejam atentas a esse aspecto e tomem medidas para promover um clima organizacional saudável. Quando os colaboradores se sentem valorizados, respeitados e motivados, eles tendem a ser mais produtivos e engajados. As lideranças desempenham um papel fundamental na criação de um clima organizacional positivo. A forma como os líderes se comunicam, tratam os funcionários e reconhecem o trabalho bem-feito pode fazer toda a diferença. Líderes que cultivam um ambiente de confiança e respeito são mais propensos a ter equipes comprometidas e satisfeitas. Transparência e escuta ativa fazem toda a diferença: as empresas que promovem a abertura para o diálogo e que estão dispostas a ouvir as preocupações e sugestões dos funcionários tendem a ser mais bem-sucedidas na criação de um ambiente saudável. Outro aspecto relevante é a promoção da saúde mental no trabalho. O estresse e a pressão excessivos podem ter impacto negativo no clima organizacional e na saúde dos funcionários. Por isso, empresas que oferecem programas de apoio psicológico e que incentivam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional estão à frente na construção de um clima organizacional positivo. Em resumo, o clima organizacional não é apenas uma questão de recursos humanos, mas também uma preocupação que afeta diretamente o sucesso e a longevidade das empresas. As organizações que compreendem o valor de um ambiente de trabalho saudável estão investindo nesse aspecto e colhendo os frutos em forma de funcionários mais felizes e resultados positivos. Portanto, não subestime o poder do clima organizacional – ele pode ser a chave para o sucesso do seu negócio. Clima organizacional: o poder do bem-estar nas empresas RICARDO DRUMMOND COFUNDADOR E CEO DA QUALIFICA CURSOS /ricardodrummond

TELEFONE: (11) 3038-5050 | WHATSAPP: (11) 95186-4134 | WWW.EUROPANET.COM.BR Aulas de fotografia para você ler e praticar. São três livros com dicas essenciais sobre 63 temas para desenvolver sua arte e técnica. Cada volume da Coleção Aulas de Fotografia contempla 21 temas (63 no total). Todos com textos do especialista Laurent Guerinaud e fotos dos leitores da revista Fotografe. Leia, pratique e confira os resultados.

20 //capa / o líder do futuro //revistalocaweb @revistalocaweb Especialmente dentro das empresas, o conceito de liderança está em constante transformação – graças a fatores como contexto econômico, cultura organizacional e gestão. “Nas últimas décadas, no entanto, percebeu-se uma grande transição de um modelo mais tradicional e conservador (ou autoritário) para um formato mais próximo, inspirador e humanizado”, explica Lina Nakata, estudiosa da “Pesquisa FEEx – FIA Employee Experience” e professora da FIA Business School. É fato que a hierarquização nesses espaços sempre existiu. A questão é que, originalmente, os funcionários eram vistos como um simples braço para a execução de tarefas. “Mas isso mudou no início da terceira revolução industrial e vem se fortalecendo com a quarta revolução industrial, uma vez que a competitividade entre as empresas aumenta a cada dia”, conta Lilian Cidreira, professora do MBA de Liderança e Inteligência Emocional da ESPM. ENTENDA POR QUE A LIDERANÇA É DETERMINANTE PARA O SUCESSO DE QUALQUER NEGÓCIO E DESCUBRA COMO EXERCÊ-LA DE MANEIRA POSITIVA MARCELLA BLASS O líder do futuro

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22 //capa / o líder do futuro //revistalocaweb @revistalocaweb Com o passar do tempo, o conceito de liderança teve que evoluir para refletir mudanças nas normas socioculturais. O mundo passou dos princípios do Taylorismo para a era da Transformação Digital. A conexão e a globalização trouxeram desafios que provaram que os colaboradores precisam ser muito mais do que apenas um braço operacional. De acordo com Tim Lucas, head of Hyper Island North America e head of content da consultoria global especializada em jornadas de aprendizado e transformação, hoje, a liderança exige uma compreensão mais ampla e adaptativa das dinâmicas organizacionais. Somada a isso, a competição por talentos nunca foi tão acirrada, contexto que tornou muito mais difícil a retenção de colaboradores – culminando em um mercado mais e mais dinâmico. Em determinado momento, esse cenário exigiu que os estilos de liderança mudassem de uma vez por todas. “Antes, cabia ao líder ser mais focado em processos e na operação. Hoje, o bom líder é aquele que consegue navegar por cenários complexos, motivando sua equipe com um contexto estratégico e oferecendo um ambiente de trabalho mais motivador, focado no bemestar dos colaboradores”, conta João Zanocelo, cofundador e head de produto e marketing da BossaBox, referência no modelo de Squads as a Service no país. De acordo com Lina, da FIA, algumas pessoas têm habilidade nata para liderar Líder x chefe Pode parecer clichê, mas quando o assunto é gestão de equipes, o entendimento das diferenças entre chefe e líder é imprescindível. De acordo com Távira Magalhães, diretora de RH da HRtech Sólides, o chefe, por exemplo, dedica-se ao sucesso individual, sem focar o desenvolvimento do time. “Nessa dinâmica, ele enxerga os integrantes do time como subordinados, e não como colaboradores”, conta. Por outro lado, Távira explica que o líder se mantém atento às pessoas, identificando pontos fortes e fracos, para desenvolver estratégias baseadas nos talentos da equipe em diferentes papéis – gerando engajamento e motivação. “As organizações não têm mais espaço para gestão por comando e controle. Já foi provado que esse método de gerenciamento não traz nenhum resultado positivo para os negócios”, afirma Távira. “O líder visionário valoriza e compreende as competências de seus liderados, potencializando as melhores repercussões a partir das competências comportamentais à disposição.”

23 //capa / o líder do futuro //revistalocaweb contexto muito mais amplo”, destaca o especialista. De acordo com Távira Magalhães, diretora de RH da HRtech Sólides, o bom líder possui algumas características fundamentais – entre elas, estão: capacidade de entender as competências de seus liderados; sabedoria para ensinar, corrigir e lidar com eventuais falhas; e humildade para reconhecer seus erros e ser corajoso para admitir ignorância diante de algo. Tudo isso precisa estar interligado pela constante disposição para aprender. “Ele também deve ter a habilidade de falar e ouvir, sabendo criticar em particular e elogiar em público, evitando situações vexatórias ou humilhantes para os liderados”, aponta Távira. Somado a isso, reconhece e valoriza aptidões individuais e coletivas, distribui oportunidades, aponta méritos e incentiva o desenvolvimento dos demais. E, por último, mas não menos importante, faz-se respeitar pela autoridade, e não pelo autoritarismo. Muito além da técnica “A liderança nada mais é do que uma combinação de características inatas e habilidades concebidas ao longo do tempo. Embora algumas pessoas tenham predisposição para tal, o desenvolvimento ininterrupto é essencial para se tornar um líder eficaz, especialmente em um ambiente empresarial que evolui com extrema rapidez”, destaca Tim, da Hyler Island. Na era da inovação, o aprendizado constante é essencial, pois é a partir dele que as melhores práticas serão compartilhadas com o time '' Távira Magalhães, diretora de RH da Sólides – e, a partir disso, tendem a aprimorar essa competência com o tempo. Por outro lado, ela garante que qualquer pessoa pode ser líder, desde que tenha vontade e se capacite para isso. O bom líder “Apesar de ser um tópico complexo, podemos considerar um bom líder aquele que é capaz de extrair o potencial de cada membro da equipe sem desviar-se da entrega de resultados para o negócio”, explica Lilian, da ESPM. De acordo com ela, isso envolve saber lidar com pessoas, administrar frustrações e engajar o time em soluções de problemas com foco em metas. Já para Tim, da Hyper Island, a boa liderança é caracterizada pela habilidade de facilitar a resolução criativa de desafios complexos, reconhecendo e integrando as complexidades sociais e ambientais nas quais as pessoas operam. “Tenha em mente que o líder é mais do que um gestor. Ele é um facilitador, que promove a inovação e a compreensão dos desafios empresariais em um

24 //capa / o líder do futuro //revistalocaweb @revistalocaweb Afinal, as boas práticas de hoje podem simplesmente não servir mais amanhã. Diante do fato de que as competências técnicas estão em constante atualização, a ênfase desse contexto recai sobre as chamadas meta-skills. Na prática, além do aprendizado contínuo, elas envolvem habilidades como inteligência emocional e resiliência – que culminam na capacidade de enfrentar desafios em evolução e liderar equipes adaptáveis. Tim conta que a atuação da liderança está diretamente relacionada ao desempenho das equipes, pois gestores eficazes modelam comportamentos positivos. “Ao incorporar meta-skills, um líder pode influenciar a cultura organizacional, estabelecendo normas de comportamento que promovam colaboração, ética e compromisso”, explica. O fato de a liderança ser uma competência essencialmente relacionada à capacidade de influenciar pessoas é um dos pontoschave. “É claro que conhecer tecnicamente o que a área faz traz argumentos importantes para a análise da entrega do time. Porém, se o gestor for tecnicamente bom, mas não tiver nenhuma habilidade interpessoal, dificilmente conseguirá gerir um time”, diz Lilian. Por outro lado, mesmo que um executivo não saiba profundamente os conceitos técnicos, mas tenha a capacidade de motivar e desenvolver os colaboradores, ele conseguirá construir e conduzir uma equipe com o objetivo de entregar o melhor resultado. “A técnica é apenas a ponta da pirâmide. A base é a construção de relacionamentos profundos e genuínos com os liderados”, conta João, da BossaBox. Ele destaca que o bom líder deve ser íntegro e benevolente, alguém que cumpra o que fala e que aja pelo bem do grupo. “No fim do dia, ele precisa inspirar confiança, pois ninguém segue alguém em quem não confia.” Para inspirar essa confiança, o líder precisa ser honesto, tendo uma conduta ética exemplar. A técnica é apenas a ponta da pirâmide. A base dela é a construção de relacionamentos profundos e genuínos com os liderados '' João Zanocelo, cofundador e head de produto e marketing da BossaBox

25 //capa / o líder do futuro //revistalocaweb de dentro para fora, como o domínio técnico, o propósito e a autonomia. O papel do líder é entender essas nuances e o que move cada um de seus liderados, adaptando seu estilo de gestão em direção a isso.” Boas práticas de liderança O cofundador e head de produto e marketing da BossaBox destaca um trecho de Andrew Grove no livro “High Output Management”: “O output de um gerente é a soma de todo output da organização que lidera ou influencia”. “Sendo assim, o líder deve sempre se perguntar como aumentar o output da equipe porque, se essa não for uma preocupação ativa, o time corre o risco de simplesmente deixar de existir”, aponta. Em torno disso, há uma lista enorme de boas práticas. Para Lina, da FIA Business School, a escuta ativa está entre as primeiras posições. “Quando entendemos as expectativas dos outros, podemos motivá-los para qualquer direção que desejarmos”, explica. Ainda nesse sentido, é fundamental que o gestor ouça a opinião de todos e considere o que ouviu em suas tomadas de decisão. “Uma liderança efetiva exige conhecer cada membro da equipe, entendendo que eles não são iguais e não reagem da mesma forma ao mesmo estímulo. Diante disso, a capacidade de diferenciar e tirar o melhor de A diretora de RH da Sólides destaca também a necessidade de saber delegar, desenvolvendo organização e eficiência. Somam-se à lista a capacidade de definir metas e de comunicar objetivos com clareza; o senso de humor; e a sabedoria de ser acessível, confiante e comprometido. “Esse trabalho deixou de ser repetitivo e processual e passou a ser criativo e intelectual. Com essa mudança, motivadores extrínsecos não são mais tão poderosos”, explica João, da BossaBox. “Em seu livro ‘Drive’, Dan Pink fala sobre os motivadores intrínsecos, fatores que trazem motivação Quando entendemos as expectativas das outras pessoas podemos motivá-las para qualquer direção que desejarmos '' Lina Nakata, professora da FIA Business School

26 //capa / o líder do futuro //revistalocaweb @revistalocaweb cada um é extremamente importante para que o gestor entenda quais tipos de atividade direcionar para cada indivíduo”, aponta Fernando Poziomczyk, sócio da Wide, especialista em recrutamento de posições de C-level, diretoria e gerência. Esse comportamento tende a manter a motivação de todos lá no alto. “O gestor que não dedica tempo a ouvir e estar em contato com a equipe perde a oportunidade de descobrir angústias, medos, incômodos e desejos, tornando-se míope no processo de liderar”, explica Lilian. Ainda de acordo com a professora da ESPM, é necessário entender que nem sempre é possível agradar a todos ou dizer tudo de que gostaria. No entanto, manter uma comunicação franca é a única forma de dar aos liderados a chance de compreender o que devem fazer para alcançar os resultados que desejam entregar para si mesmos e para a empresa. “Boas práticas de gestão e motivação de equipes envolvem autenticidade, vulnerabilidade e flexibilidade, com destaque para a necessidade de demonstrar interesse contínuo em aprender, desaprender e reaprender”, afirma Tim, da Hyper Island. Segundo ele, isso não apenas fortalece a liderança positiva, mas também inspira uma cultura de aprendizado constante. de toda cultura organizacional existe uma cultura do líder. “É por isso que existem companhias que ganham prêmios de melhor empresa, mas que possuem equipes que não gostam de trabalhar ali e vice-versa”, destaca a especialista. “O líder tem a missão diária de fazer com que suas equipes queiram continuar trabalhando mesmo em momentos desafiadores”. Vale lembrar que isso nada tem a ver com Retenção de talentos Independentemente do porte da empresa, os gestores devem ter em mente que a boa liderança está diretamente ligada à retenção de talentos. Isso porque, mesmo que o negócio tenha um bom ambiente de trabalho, as pessoas sempre atuam respondendo à figura do líder. De acordo com Lilian, professora do MBA de Liderança e Inteligência Emocional da ESPM, dentro Uma liderança efetiva, que tenha visão que desenvolva, estimule e crie um ambiente positivo, é fundamental para a retenção de talentos '' Fernando Poziomczyk, sócio da Wide

27 //capa / o líder do futuro //revistalocaweb Habilidades emergentes O"Relatório Sobre o Futuro dos Empregos 2023", produzido pelo Fórum Econômico Mundial, destacou o "top 10" das Principais Habilidades Emergentes. São elas: Confira o relatório completo em http://lwgo.to/1r8 Pensamento Criativo Curiosidade e Aprendizado ao Longo da Vida Orientação e Apoio ao Cliente Resiliência, Flexibilidade e Agilidade Pensamento Sistêmico Pensamento Analítico Alfabetização Tecnológica 1 2 3 4 Inteligência Artificial e Big Data 7 10 5 Motivação e Autoconsciência 8 6 Gestão de Talentos 9

28 //capa / o líder do futuro //revistalocaweb @revistalocaweb ser permissivo ou omisso – muito pelo contrário. “Uma liderança efetiva, que tenha uma visão que desenvolva, estimule e crie um ambiente positivo, é fundamental para a retenção de talentos – enquanto o contrário disso pode comprometer essa retenção”, aponta Fernando. De acordo com uma pesquisa da HRForecast, o comportamento dos líderes é o segundo maior fator que contribui para a saída voluntária de um funcionário. “Um colaborador depende da liderança para muitas coisas que impactam sua satisfação no trabalho, como desenvolvimento, aumentos, clareza estratégica e muito mais”, destaca João, cofundador da BossaBox. Atualmente, o colaborador escolhe permanecer na empresa quando se sente desafiado ao aprendizado constante. Muitas vezes, mesmo recebendo outras propostas financeiras mais interessantes, ele continua sua jornada, pelo propósito do negócio e pela forma como seu líder o inspira. “O papel da liderança nesse contexto vai além das habilidades técnicas, pois as histórias que as equipes contam sobre seus líderes são cruciais em uma sociedade conectada. Líderes éticos e que promovam uma reputação positiva para a organização desempenham um papel fundamental na atração e retenção de talentos”, garante Tim. Prontos ou não Apesar da necessidade, Lilian acredita que as lideranças brasileiras ainda não estão totalmente preparadas para as atividades que uma empresa demanda. “Parte do problema se deve ao fato de que as mudanças são constantes, mas muitos líderes perdem tempo executando tarefas que deveriam estar com o time. Isso acontece porque, com a falta de tempo para desenvolver pessoas, os gestores acabam absorvendo essas atribuições para si." Já João, da BossaBox, vê esse cenário de duas maneiras: “Acredito que as O líder pode influenciar a cultura organizacional, estabelecendo normas de comportamento que promovam colaboração, ética e compromisso '' Tim Lucas, head of Hyper Island North America & head of content

29 //capa / o líder do futuro //revistalocaweb lideranças brasileiras estejam prontas pela quantidade de talentos e ferramentas que aparecem todos os dias. Por outro lado, creio que não estejam tão preparadas porque a definição de um bom líder muda muito rápido, assim como o mercado em si”, diz. Sendo assim, é fundamental que as lideranças continuem se capacitando. Távira, da Sólides, garante que o autoconhecimento propicia o reconhecimento das competências a ser desenvolvidas. “E, na era da inovação, esse aprendizado constante é essencial, pois é a partir dele que as melhores práticas serão compartilhadas com o time.” Fique ligado “Nos próximos anos, a boa liderança será aquela que é capaz de apoiar o desenvolvimento de uma visão mais analítica em suas equipes, oferecendo maior autonomia para a resolução de problemas”, acredita Lilian. Ela alerta ainda que o tempo será cada vez mais escasso, por conta do aumento da demanda. Então, a tendência é que as equipes que dependam de aprovação para tudo demorem para trabalhar em melhorias – daí a importância de saber promover autonomia. “A liderança do futuro é criativa, inovadora, empática e capaz de antecipar mudanças e se adaptar a elas”, aponta Tim. Segundo ele, essas características permitem que o líder construa relacionamentos mais humanos com os colaboradores, compreenda o que realmente importa e seja ágil diante das demandas dinâmicas comuns ao ambiente empresarial. “Por fim, esse líder valoriza seu time, trabalha com pessoas melhores e mais inteligentes e sabe reconhecer o sucesso de cada uma”, diz a diretora de RH da Sólides. “Ele também erra, mas rapidamente identifica o erro e propõe ações de melhoria. Mais do que isso, não se conforma com entregas medianas e toma decisões baseadas em dados, com ética e profissionalismo, para inovar em prol do sucesso do negócio.” Se o gestor for tecnicamente bom, mas não tiver nenhuma habilidade interpessoal, dificilmente conseguirá gerir um time '' Lilian Cidreira, do MBA de Liderança e Inteligência Emocional da ESPM

30 //capa / o líder do futuro //revistalocaweb @revistalocaweb Dedique tempo de agenda para realizar uma reunião semanal com o time e pelo menos uma reunião individual mensal com cada colaborador. Além disso, se não dedicar tempo ao alinhamento constante com a equipe, a tendência é que haja uma sobrecarga de trabalho. Isso porque, no medo de delegar tarefas, o líder vai executar atividades que não precisam mais depender dele " Lilian Cidreira, professora do MBA de Liderança e Inteligência Emocional da ESPM Conselhos de experts ESPECIALISTAS DEIXAM MENSAGENS PARA LIDERANÇAS DE PRIMEIRA VIAGEM E AQUELAS QUE DESEJAM TRILHAR O CAMINHO DO SUCESSO Esse tipo de recomendação inclui foco na construção de relações, demonstrando empatia e compreendendo a importância das metaskills para liderar equipes de maneira inovadora e adaptativa. Além disso, é crucial cultivar habilidades de observação e escuta ativa, agindo como um protótipo, disposto a experimentar e aprender o que funciona melhor em diferentes contextos. Essa abordagem experimental e flexível contribui para o desenvolvimento contínuo do líder e para a eficácia em situações diversas " Tim Lucas, head of Hyper Island North America & head of content

31 //capa / o líder do futuro //revistalocaweb Ser líder não é fácil. Não é uma tarefa para qualquer pessoa. Minha principal dificuldade, por exemplo, foi sentir-me merecedor dessa posição. Pode ser um sentimento forte de solidão e insegurança, e o que mais me ajudou nessa jornada foi me conhecer melhor – reconhecendo minhas limitações e remediandoas. Para liderar, é essencial ter convicção no próprio trabalho e conseguir viver na própria pele " João Zanocelo, cofundador e head de produto e marketing da BossaBox Os líderes de primeira viagem têm um desafio enorme nas mãos. Eles passam a ter que apresentar resultados por meio de terceiros, precisam inspirar outras pessoas a ser melhores e ainda transformar recursos de todas as formas em desempenho. É necessário observar muito bem o trabalho dos membros da equipe e entregar feedbacks constantes – alinhando essa atuação com as estratégias da empresa, para que os colaboradores possam ser bem avaliados. Eles devem entender que passam a ser grandes tradutores da empresa, traduzindo a mensagem do negócio para a base da operação " Lina Nakata, estudiosa da "Pesquisa FEEx – FIA Employee Experience" e professora da FIA Business School A liderança precisa ter tranquilidade, compreendendo que não precisa saber de tudo. A vulnerabilidade não é um ponto de fraqueza para um líder. Afinal, muitas vezes ela acaba estimulando que ele se desenvolva constantemente. Tendo isso em mente, é fundamental buscar aprender o que não sabe, além de prezar pela escuta ativa do time, conhecendo quem cada colaborador é e a melhor maneira de realizar uma intersecção disso com as estratégias da empresa " Fernando Poziomczyk, sócio da Wide O primeiro passo para o desenvolvimento de liderança é entender muito bem o negócio e qual é seu papel para o alcance de metas. Nessa posição, o gestor deve procurar entender quais resultados o time deve alcançar para colaborar com o todo. É necessário saber exatamente o que e como fazer para que a equipe o veja como um líder verdadeiro, alguém que a inspire, que dê abertura para participar e lhe permita trabalhar com maior confiança – e não um ditador, que simplesmente cobre resultados sem pensar no lado humano desse tipo de relação " Távira Magalhães, diretora de RH da Sólides

32 //reportagem / segredo no deserto //revistalocaweb @revistalocaweb AS CHAMADAS STARTUPS CAMELO NASCEM DO OBJETIVO DE ATRAVESSAR ADVERSIDADES COM RESISTÊNCIA E FOCO EM SOBREVIVÊNCIA BIANCA BELLUCCI Segredo no deserto

33 //reportagem / segredo no deserto //revistalocaweb Em 2013, o artigo intitulado “Welcome To The Unicorn Club: Learning From BillionDollar Startups” (“Bem-vindo ao Clube dos Unicórnios: Aprendendo com Startups de Bilhões de Dólares”, em tradução livre), escrito pela empreendedora norte-americana Aileen Lee para o site TechCrunch, foi responsável por popularizar o termo "startup unicórnio". De maneira geral, a alcunha passou a ser dada a empresas (ligadas à tecnologia) que atingem valor de mercado igual ou superior a US$ 1 bilhão antes de abrir capital na Bolsa de Valores. A criatura mítica foi escolhida por ser tão rara quanto esse tipo de negócio. Segundo o relatório "Panorama Tech", divulgado em setembro de 2023, o Brasil é o principal polo de startups unicórnio na América Latina – abocanhando 62,9% do total da região. Entre os 24 negócios locais estão nomes como Gympass, Hotmart, MadeiraMadeira e Quinto Andar. No entanto, vale lembrar que ter a alcunha e contar com um valuation alto não significa que, necessariamente, a operação seja lucrativa.

34 //reportagem / segredo no deserto //revistalocaweb @revistalocaweb “A busca desenfreada para se tornar uma startup unicórnio envolve muita queima de capital, exposição a risco, alta alavancagem e resultados ainda precários. Hoje, o consenso mais difundido é mirar nesse tipo de negócio, mas não a todo custo. É preciso investir em modelos mais robustos e sustentáveis, que tenham maior previsibilidade de resultado”, comenta o especialista em tecnologia e inovação Arthur Igreja. É com base nesse pensamento que despontaram as chamadas "startups camelo". Aqui, o sucesso é medido não apenas em termos de valor de mercado momentâneo, mas também pela capacidade de se manter relevante a longo prazo, adaptando-se às mudanças do ambiente empresarial. “As startups camelo representam uma evolução no pensamento empresarial, propondo um equilíbrio sensato entre crescimento e estabilidade. Em um mundo no qual as dinâmicas do mercado podem ser imprevisíveis, a resiliência e a adaptabilidade emergem como ativos valiosos, transformando essas empresas em protagonistas de uma narrativa empreendedora verdadeiramente sustentável e duradoura”, ressalta o criador e mentor de startups Camillo Torquato. Por que "camelo"? O termo foi usado pela primeira vez em 2020, quando o investidor norte-americano Alex Lazarow escreveu o artigo “Forget Unicorns. Startups Should Be Camels.” (“Esqueça os Unicórnios. Startups Deveriam ser Camelos”, em tradução livre) para o site Entrepreneur. “O uso na publicação de Lazarow reflete a necessidade premente de que as organizações se tornem ágeis, robustas e, acima de tudo, eficientes. A analogia com o camelo não é aleatória. Ela se deve à habilidade de o animal se adaptar a ambientes desérticos – um paralelo visualmente poderoso para empresas que enfrentam cenários empresariais adversos. O termo encapsula a essência da resiliência e adaptabilidade, capacidades É preciso investir em modelos mais robustos e sustentáveis, que tenham maior previsibilidade de resultado '' Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação Crédito: Fernando Tiegs

35 //reportagem / segredo no deserto //revistalocaweb as quais o autor apontou como falhas nas startups ditas unicórnios”, explica Camillo. Novo enfoque de mercado O termo cunhado por Alex Lazarow nasceu durante a pandemia de covid-19. O período, inclusive, foi responsável por diminuir a euforia com as startups unicórnio e mostrar quais empresas eram, de fato, robustas – e, por consequência, quais estavam frágeis, mas ninguém conseguira enxergar até então. “Por conta da bolha de investimento que aconteceu no final de 2019 – cenário em que havia dinheiro sobrando no mercado –, era natural que os investidores fizessem aplicações em empresas mais inovadoras, inclusive mesmo que elas não tivessem projeção de lucratividade e fossem apenas companhias de crescimento rápido. A partir da pandemia, tudo mudou. O dinheiro passou a ser mais escasso, e os investidores se concentraram não apenas na questão do crescimento acelerado, mas também na saudabilidade das empresas”, diz Marilucia Silva Pertile, mentora de startups e fundadora da Start Growth. Nos últimos anos, a retração do investimento em startups trouxe um novo normal para o mercado: focar a geração de receita no menor tempo possível, em vez de focar a captação de investimento para ganhar mais tempo até que o negócio esteja azeitado. O bicho está solto Uma série de outros animais são usados para nomear estágios em que uma startup se encontre. Os dragões, por exemplo, são criaturas ainda mais difíceis de encontrar no mercado do que os populares unicórnios. Isso porque são companhias que conseguem dar aos investidores o retorno total (ou mesmo superior) do dinheiro aplicado. Os coelhos, que derivam do inglês “RABBIT” – Real Actual Business Building Interesting Tech (Negócio Real que Constrói Tecnologia Interessante, em tradução livre) –, são empresas mais realistas. Enquanto as startups unicórnio tendem a ascender de forma rápida e são medidas pelo possível potencial futuro, os coelhos crescem em ritmo lento, controlam os gastos e não queimam dinheiro com banalidades. As baratas, por sua vez, seguem linha parecida com a dos coelhos. A diferença é que possuem a sobrevivência como objetivo principal. Enquanto os unicórnios focam crescimento, as "cucarachas" pensam em sobreviver à economia e ao mercado, mantendo controle sobre receitas e lucros e o fluxo de caixa. Vale lembrar que as startups podem mudar de alcunha conforme sua receita cresça ou diminua. A Fitbit é um exemplo. Após atingir o status de unicórnio, a marca de pulseiras inteligentes conseguiu retornar o dinheiro total aplicado pelos investidores. Assim, tornou-se um dragão. Mentor de startups, Camillo diz que as startups camelo são uma evolução no pensamento empresarial, que propõe um equilíbrio sensato entre crescimento e estabilidade

36 //reportagem / segredo no deserto //revistalocaweb @revistalocaweb “Os investidores mais tradicionais, moderados e que sempre acreditaram nesse modelo de ‘cash is king’ (‘caixa é o rei’, em tradução livre), tendem a dar preferência para as startups camelo. Isso porque eles defendem a ideia de que ter lucratividade dentro de uma maneira saudável de crescimento é sempre o melhor caminho”, acrescenta a executiva. Não à toa, esse foi o modelo escolhido pela Start Growth para a startup Pontomais. Desde o segundo ano de operação, a solução voltada à gestão de recursos humanos já mirava o crescimento, mas o segundo Objectives and Key Results (OKR) era o valor de caixa, com o objetivo de retornar a quantia investida e equilibrar as contas. “Somos uma venture capital com uma visão moderada de investimento. Não podemos apostar tudo em uma situação de unicórnio, por exemplo – que, muitas vezes, vive em um mundo de fantasias, que não é a realidade do dia a dia”, afirma Marilucia. É válido destacar ainda que, no Brasil, o modelo de startup camelo faz muito mais sentido que o de unicórnio – que tem tudo a ver com partes do mundo como Emirados Árabes, Estados Unidos e Estônia. Afinal, até mesmo empresas capitalizadas e com ótimo desenvolvimento tecnológico precisam de grande determinação para se manter operando diante dos desafios apresentados pelo mercado nacional. “Quanto o assunto é investimento em startups, a lógica do mercado brasileiro é diferente da aplicada no Vale do Silício, por exemplo – onde, de repente, o ROI de um único deal compensa toda a operação. Isso não funciona aqui. E uma das grandes razões é o fato de a densidade qualitativa de startups e founders ser muito menor – envolvendo educação financeira, disponibilidade tecnológica, competitividade econômica e diversos outros fatores. Portanto, apostar em boas startups camelo tornou-se muito importante para quem faz investimentos profissionais no segmento”, Com a pandemia, os investidores se concentraram não apenas no crescimento rápido, mas também na saudabilidade dos negócios '' Marilucia Silva Pertile, mentora de startups e fundadora da Start Growth

37 //reportagem / segredo no deserto //revistalocaweb exemplo, encontrar empresas que começaram com Customer Funding – isto é, uma espécie de investimento ou adiantamento do próprio cliente, que é visionário o suficiente para financiar a operação de um fornecedor que trabalha para resolver sua dor. Além disso, startups no modelo Bootstrapping também são comuns. O conceito representa aquelas que, para crescer, dependem mais da venda de produtos do que de investimento externo”, diz Paulo. De forma simples, as startups camelo buscam algo além de crescer a qualquer custo com o dinheiro de investidores. Elas querem se tornar financeiramente viáveis, sendo capazes de gerar caixa e se portar como um negócio da economia real. Aqui, cabe mais uma alusão à metáfora animal: as empresas se destacam não somente pela capacidade de se adaptar a “desertos” empresariais, mas também por armazenar recursos essenciais para a sobrevivência em períodos de escassez. Esse tipo de negócio é conhecido, ainda, por características como agilidade, simplificação operacional e propensão para se reinventar frente aos desafios. A busca por eficiência, a capacidade de lidar com limitações e a tendência a resolver problemas específicos com soluções práticas também são outras de suas marcas registradas. De forma geral, seu foco está em maximizar resultados com os recursos disponíveis. aponta Paulo Humaitá, CEO da aceleradora Bluefields. Características e diferenciais Identificar uma startup camelo envolve observar uma série de características. A principal delas está relacionada à sustentabilidade financeira. Empresas desse tipo buscam, desde o início, um equilíbrio entre crescimento e fluxo de caixa. “As startups camelo seguem uma jornada de investimento fora do tradicional modelo sequencial de Family, Friends & Fools (FFF), investidor-anjo, fundos de venture capital e rodadas seriais (A, B, C). É comum, por Apostar em boas startups camelo tornou-se muito importante para quem faz investimentos profissionais no segmento '' Paulo Humaitá, CEO da aceleradora Bluefields

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