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REVISTA LOCAWEB

Mundial, por exemplo, afirma que

o Bitcoin deveria ser proibido. Em

entrevista à BBC, ele disse que

“não há transparência sobre quem

está envolvido nas transações” e

que só usa o serviço quem “não

quer qualquer tipo de supervisão”.

Outros figurões também se

manifestaram contra o Bitcoin e as

criptomoedas, como o investidor

bilionário Warren BuÂett e o

presidente e CEO da Euro Pacific

Capital, Peter SchiÂ. Jamie Dimon,

CEO da JPMorgan Chase, foi

além e deu uma declaração forte

durante um fórum de economia

realizado no Instituto de Finanças

Internacionais (IFF): “Se você

é estúpido o suficiente para

comprar criptomoedas, um dia

pagará o preço”.

O alerta de grandes nomes

da economia deixa claro o risco

que existe em trabalhar com o

conceito. Isso se explica porque as

moedas virtuais são desprovidas

ESPECULAÇÃO DO BITCOIN

Tradequantitativoéa realizaçãode compraevendadeativos pormeiodeuma

análise feitapor computadores. Aousar todo tipodedados, sobretudohistóricos

depreços evolume, asmáquinas buscamoportunidades nomercadode

especulação, podendoatégerar relatórios probabilísticos paraos usuários.

Nos Estados Unidos, o trade quantitativo é levado a sério. Tanto é que existe

até uma competição por lá, a Q8, voltada para algoritmos que conseguem indicar

quais são os melhores investimentos domomento. A última edição, inclusive,

foi vencida por umbrasileiro. O engenheiro Daniel Kunzler (foto) foi o primeiro

competidor de fora da terra do Tio Sama levar o prêmio.

O que chamou a atenção dos norte-americanos é que o robô criado por

Kunzler apresenta umametodologia de inteligência artificial (IA) eficiente e capaz

de operar nomercado financeiro. “A ferramenta obteve excelente consistência

de resultados ao operar, por mais de quatromeses, futuros de títulos públicos,

moedas e taxas de juros”, diz o engenheiro.

Mesmo como aporte de US$ 1milhão para aperfeiçoar a tecnologia e

colocá-la nomercado, Kunzler está pensando emampliar o alcance do algoritmo.

O objetivo? Prever investimentos com criptomoedas. “O que atrai nesse tipo de

operação é a quantidade de oportunidades de trade quantitativo, bem como a

disponibilidade de dados demercado em tempo real”, afirma.

A ideia de Kunzler ainda está emdesenvolvimento, mas, antes de pensar que

você pode se tornar umgrande investidor no futuro, graças ao robô saiba que

não é voltado para os não profissionais do setor. “Não recomendo que ninguém

se aventure com criptomoedas ou bolsa de valores semalguns anos de estudo,

aprendizado, prática e dedicação”, alerta o desenvolvedor.

confiança e, por consequência,

vem a desvalorização. Isso

pode acarretar em uma quebra

generalizada”, comenta Renato.

De acordo com o executivo

de contas da DBACorp, se houver

realmente uma bolha do Bitcoin

e ela estourar, é inevitável que

ocorra perdas para as pessoas

que investiram na moeda digital.

“O dinheiro ainda estará lá,

mas o valor atrelado vai reduzir

drasticamente”, diz Renato.

Para Talysson, entretanto, a

valorização das criptomoedas e

principalmente do Bitcoin está

muito longe de ser uma bolha

financeira. “O Bitcoin possui

um valor de mercado total de

pouco mais de US$ 180 bilhões

atualmente. Para se ter ideia, a

avaliação do mercado durante

a ‘bolha pontocom’ dos anos de

1990 era de pouco mais de

US$ 1,65 trilhão”, afirma o criador

do site Altcoin Brasil.

Isso não significa, porém, que a

quebra seja impossível. Para Marcos

Antonio de Andrade, professor

de economia da Universidade

Presbiteriana Mackenzie, a atual

tendência de apostar loucamente

nas criptomoedas como forma

de ganhar dinheiro pode, sim,

gerar a bolha. “O Bitcoin e as

demais moedas virtuais não

devem ser considerados forma de

investimento. As pessoas estão

comprando sem ter umknow-how

de finanças, de forma amadora.

Então, uma hora ou outra, é

bastante provável que percam

dinheiro”, afirma.

Alto risco

Hoje, o modelo de negócio

das criptomoedas está sendo

discutido – e questionado – por

grandes autoridades da economia

mundial. Joseph Stiglitz, Prêmio

Nobel de Economia em 2001 e

ex-economista-chefe do Banco