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criptomoedas

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REVISTA LOCAWEB

de lastro. Isso é, não têm poder

de troca no mercado. Elas não são

regulamentadas nem seguem os

fundamentos de moedas reais.

Por conta disso, Marcos afirma

que as criptomoedas nada mais

são do que a evolução do mercado

de câmbio negro. “O comércio

ilegal de moedas estrangeiras está

sendo substituído pelo Bitcoin e

suas vertentes. Isso porque você

não precisa declarar a origem do

dinheiro. É uma nova forma de

movimentar quantias ilícitas sem

precisar justificar nada”, garante.

Vale ressaltar que, por não ter

regulação, as moedas também

não precisam ser declaradas no

Imposto de Renda. Ou seja, não há

como as declarar.

Ainda de acordo comMarcos, a

implementação de criptomoedas

não é indicada para o pequeno

ou médio empreendedor com

fluxo de caixa muito justo. É que,

por elas seremmuito voláteis,

pode-se perder dinheiro a qualquer

momento. Um exemplo concreto

ocorreu em janeiro. O Bitcoin

despencou brutamente e perdeu

30% de seu valor. Na prática, se um

cliente de um e-commerce tivesse

comprado uma camiseta básica

por 0,0015 BTC no início do mês, no

final ele só estaria valendo 0,005

BTC. Assim, o faturamento de

R$ 40 teria caído para R$ 13,5.

Mas, por outro lado, o professor

da Mackenzie não acredita

que a moeda virtual deixará de

existir. “No futuro, ela deve se

adequar ao mercado financeiro e

ganhará credibilidade perante os

descrentes”, garante Marcos. Assim,

se investir emBitcoins e companhia

é um pouco mais arriscado,

aceitá-los em um comércio

eletrônico para atrair mais

consumidores pode ser algo

inteligente, desde que esteja

preparado para suportar as

oscilações de valores.

Panorama futuro

Mesmo diante do início

descendente de 2017, o Bitcoin

deve, segundo os especialistas,

manter sua dominância como

principal moeda digital em 2018.

A expectativa é que siga ditando

as tendências de alta e baixa no

criptomercado.

“As cotações vão flutuar, mas

acredito que devam subir nos

próximos meses, impactando os

usuários comnovos recordes. Essa

alta ocorrerá por causa do aumento

da procura por essas moedas,

de umamaior aceitação do

mercado e tambémde ummelhor

entendimento dessa tecnologia,

que pode trazer mais conformidade

e tranquilidade para os potenciais

investidores”, afirma Renato.

Para Berutti, a aceitação das

criptomoedas é um percurso

natural. Ou melhor, já é uma

realidade. “Nós, empreendedores,

não podemos deixar de oferecer

essa conveniência aos clientes.

Esperamos que a Reserva inspire

outras empresas a também entrar

nesta nova era, cada vez mais

digital e dinâmica”, comenta

o gerente de omni-channel e

experiência de compra do usuário.

É fato que a demanda popular

tem forçado o mercado a mudar.

O número de estabelecimentos

que aceitam criptomoedas deve

aumentar de forma exponencial

ao longo do ano. Em um futuro

não tão distante, Talysson até vê

os brasileiros na rua comprando

com cartões de débito que

podem ser carregados com a

moeda virtual – uma realidade

nos Estados Unidos e em alguns

países da Europa. Um cenário que

pode trazer muitos lucros para

alguns e prejuízos para outros.

Por enquanto, tudo parece uma

questão de cara ou cora.

Deixar de

implementar as

moedas virtuais

pode reduzir

um número

considerável de

possíveis clientes

para sua empresa,

segundo Renato,

da DBACorp

Marcos, professor de

economia na Mackenzie:

“As pessoas estão

comprando criptomoedas

sem ter um know-how

de finanças. Uma hora

ou outra, é provável que

percam dinheiro”