Locaweb Edição 140

35 //reportagem / segredo no deserto //revistalocaweb as quais o autor apontou como falhas nas startups ditas unicórnios”, explica Camillo. Novo enfoque de mercado O termo cunhado por Alex Lazarow nasceu durante a pandemia de covid-19. O período, inclusive, foi responsável por diminuir a euforia com as startups unicórnio e mostrar quais empresas eram, de fato, robustas – e, por consequência, quais estavam frágeis, mas ninguém conseguira enxergar até então. “Por conta da bolha de investimento que aconteceu no final de 2019 – cenário em que havia dinheiro sobrando no mercado –, era natural que os investidores fizessem aplicações em empresas mais inovadoras, inclusive mesmo que elas não tivessem projeção de lucratividade e fossem apenas companhias de crescimento rápido. A partir da pandemia, tudo mudou. O dinheiro passou a ser mais escasso, e os investidores se concentraram não apenas na questão do crescimento acelerado, mas também na saudabilidade das empresas”, diz Marilucia Silva Pertile, mentora de startups e fundadora da Start Growth. Nos últimos anos, a retração do investimento em startups trouxe um novo normal para o mercado: focar a geração de receita no menor tempo possível, em vez de focar a captação de investimento para ganhar mais tempo até que o negócio esteja azeitado. O bicho está solto Uma série de outros animais são usados para nomear estágios em que uma startup se encontre. Os dragões, por exemplo, são criaturas ainda mais difíceis de encontrar no mercado do que os populares unicórnios. Isso porque são companhias que conseguem dar aos investidores o retorno total (ou mesmo superior) do dinheiro aplicado. Os coelhos, que derivam do inglês “RABBIT” – Real Actual Business Building Interesting Tech (Negócio Real que Constrói Tecnologia Interessante, em tradução livre) –, são empresas mais realistas. Enquanto as startups unicórnio tendem a ascender de forma rápida e são medidas pelo possível potencial futuro, os coelhos crescem em ritmo lento, controlam os gastos e não queimam dinheiro com banalidades. As baratas, por sua vez, seguem linha parecida com a dos coelhos. A diferença é que possuem a sobrevivência como objetivo principal. Enquanto os unicórnios focam crescimento, as "cucarachas" pensam em sobreviver à economia e ao mercado, mantendo controle sobre receitas e lucros e o fluxo de caixa. Vale lembrar que as startups podem mudar de alcunha conforme sua receita cresça ou diminua. A Fitbit é um exemplo. Após atingir o status de unicórnio, a marca de pulseiras inteligentes conseguiu retornar o dinheiro total aplicado pelos investidores. Assim, tornou-se um dragão. Mentor de startups, Camillo diz que as startups camelo são uma evolução no pensamento empresarial, que propõe um equilíbrio sensato entre crescimento e estabilidade

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